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No início dos anos 2000, uma mulher tomou banho em álcool. No dia seguinte, estava morta

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Epidemias anteriores à covid-19 fizeram com que as pessoas tomassem medidas drásticas na tentativa de se protegerem. Algumas tiveram consequências trágicas.

Mais de 30 países foram atingidos pelo surto de SARS de 2002 a 2004. Taiwan registou 664 casos prováveis ​​da doença entre março e junho de 2003, com 346 confirmados por PCR ou testes de anticorpos. Destes casos, 73 foram fatais.

Na altura – tal como nos dias de hoje -, as pessoas tentavam proteger-se do vírus. Uma mulher de 45 anos acabou mesmo por falecer, na sequência de um esforço incomum e bizarro para evitar adoecer. Segundo o IFL Science, morreu após tomar um banho demorado em etanol 40,5%.

De acordo com os autores do relatório do caso médico, publicado na Forensic Science International em 2005, a mulher tomou banho “por volta das 23h” e “foi encontrada morta por volta das 11 horas da manhã do dia seguinte”.

A concentração de álcool no sangue (TAS) era de 1.350 miligramas por 100 mililitros de sangue (ou 1,35%). Para efeitos de contexto, uma TAS de 0,4% pode ser fatal. Os cálculos dos autores indicam que a mulher teria que absorver 1,5 litros de álcool a 40% para chegar a esta taxa de alcoolemia.

Como a banheira era muito pequena e a cabeça da mulher foi encontrada acima do nível do fluido, é muito improvável que tenha bebido o álcool. Além disso, a mulher não apresentava sinais de trauma, ingestão de drogas ou afogamento.

O álcool terá sido inalado ou absorvido pela sua pele.

Apesar de este caso ser chocante, os efeitos adversos graves da desinfeção da pele com álcool são raros. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “os estudos publicados até ao momento mostraram que, depois de usar os anti-sépticos, os níveis de álcool encontrados no sangue são insignificantes (etanol) ou não detetáveis ​​(isopropil)”.

Ainda assim, este caso mostrou que as pessoas que enfrentam uma crise como a epidemia de SARS podem tomar medidas extremas.

Em abril do ano passado, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos observou um aumento incomum de envenenamentos devido a exposições prejudiciais a produtos de limpeza doméstica.

Os resultados do Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade do CDC revelaram que 6% dos inquiridos disseram ter inalado intencionalmente os vapores dos produtos de limpeza, incluindo lixívia, e 4% das pessoas relataram gargarejar ou beber produtos de limpeza, sabão e lixívia.

Liliana Malainho, ZAP //

2 Comments

  1. Por acaso foi pena o ZAP não ter incluido aqui a referência do incitamento do Trump ao uso de desinfetante para se proteger do virus. A notícia em baixo, relativa a casos semelhantes também não refere o nome de Trump… É pena…

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