O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) está a investigar o roubo de documentos da NATO dos servidores do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).
Centenas de documentos secretos e confidenciais enviados pela NATO a Portugal foram intercetados por hackers e colocados à venda na ‘dark web, num ciberataque ao EMGFA divulgado na passada quinta-feira. A investigação do DCIAP foi confirmada ao Expresso pelo gabinete da Procuradoria-Geral da República.
Os piratas informáticos terão acedido ao sistema informático através de um computador pessoal de um funcionário. Outra hipótese é a de terem exfiltrado dados depois de conseguirem entrar numa das redes não seguras das Forças Armadas.
Aparentemente não terão penetrado no Sistema Integrado de Comunicações Militares (SICOM), onde se trocam grande parte dos documentos classificados.
De acordo com o mesmo jornal, os hackers terão estado escondidos durante “largas semanas ou vários meses” enquanto acediam a informação privilegiada no EMGFA.
“Pelo facto da documentação exfiltrada estar associada a vários momentos temporais acredito que, eventualmente, terá havido um tempo prolongado de permanência oculto nos sistemas da vítima ou na própria rede. Não foi algo certamente instantâneo”, considerou Bruno Castro, CEO da empresa VisionWare e especialista em cibersegurança.