O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) está a fiscalizar, juntamente com forças policiais, os veículos e o os motoristas da nova rede de autocarros UNIR . Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Vila Nova Gaia e da Área Metropolitana do Porto (AMP), fala na existência de um boicote.
Na sexta-feira, Eduardo Vítor Rodrigues revelou que num lote da nova rede de transportes UNIR há 26 autocarros parados com vidros partidos, pneus furados e matrículas trocadas, indicando que o caso está a ser investigado pela polícia.
À margem, em declarações aos jornalistas, o presidente da AMP reconheceu que os atos de vandalismo de que têm sido alvo os autocarros da UNIR são “estranhos” e parecem “boicote”.
“Nunca houve tantos pneus furados, tantos vidros partidos e matrículas trocadas como agora, eu não sei quem é, mas o assunto está entregue à polícia. Nunca o meu telemóvel esteve afixado nas paragens do autocarro para telefonar como fonte de informação da rede UNIR e agora está. Que há azar há, boicote parece-me também, creio que as autoridades policiais vão aferir, mas que é estranho é”, disse.
A operação da UNIR – que prevê 439 linhas e começou a 1 de dezembro – tem sido marcada por muitos protestos dos passageiros. Atrasos, carreiras por cumprir e falta de informação estão entre as principais queixas.
Problemas desde o início
A UNIR começou a operar a 1 de dezembro em todo o território da região, após anos de litigância nos tribunais com os anteriores operadores, mas, desde então, só tem dado lugar a problemas, escândalos e até impossíveis.
A nova rede de 439 linhas e nova imagem substitui os serviços efetuados pelos cerca de 30 operadores privados rodoviários na AMP, como por exemplo a Caima, Feirense, Transdev, UT Carvalhos, Gondomarense, Pacense, Arriva, Maré, Landim, Valpi, Litoral Norte, Souto, MGC, Seluve, Espírito Santo, entre outros.
A 5 de dezembro, a nova rede adiantava, numa nota publicada no seu site, que estava a “reformular e adequar” os horários dos lotes Norte Nascente, Sul Nascente e Sul Poente.
Dois dias depois, o presidente da AMP admitiu à Lusa que o arranque “em pleno” da UNIR possa acontecer apenas no início do próximo ano.
Esta segunda-feira, face a críticas do PCP de Oliveira de Azeméis aos “abundantes episódios de incumprimento na rede“, a AMP reconheceu os “constrangimentos no serviço”, mas diz-se “a trabalhar para corrigir todas as situações e garantir um serviço eficiente e de qualidade para todos os utilizadores, implementando medidas que incluem ajustes operacionais, reforço da frota e horários”.
De acordo com a informação passada pelo IMT à Lusa, têm sido levadas a cabo operações de fiscalização, com principal foco “na verificação do cumprimento da legislação em vigor, nomeadamente no que toca às condições dos veículos e cumprimento dos requisitos legais dos motoristas“.
ZAP // Lusa