854 mortos e 22.797 infectados. Curva está “controlada”, mas o normal ainda vai demorar

Miguel A. Lopes / Lusa

A diretora-geral de Saúde, Graça Freitas

Portugal regista hoje 854 mortos associados à covid-19, mais 34 do que na quinta-feira, e 22.797 infectados (mais 444), indica o boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

A subida nos novos casos é de 2%, continuando em linha com os números dos últimos dias. Quanto à taxa de letalidade é da ordem dos 3,7%, mas sobe para os 13,5% nas pessoas com mais de 70 anos.

Os doentes recuperados são agora 1228, mais 27 do que na quinta-feira.

Ainda há 4377 casos a aguardar resultados laboratoriais e 29.621 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde.

1068 pessoas internadas, das quais 188 em Cuidados Intensivos, ou seja, houve 16 pessoas a sair destas Unidades de ontem para hoje.

Analisando os números, a directora-geral de Saúde, Graça Freitas, refere que há uma “curva da doença controlada”, mas realça que “não são níveis zero nem pendem para zero”. Por isso, apela à manutenção das “regras”, mesmo depois do fim do Estado de Emergência.

Temos de manter o distanciamento social, reforçar a higiene pessoal e dos equipamentos e manter a etiqueta respiratória”, frisa Graça Freitas.

A directora-geral de Saúde acrescenta que os números actuais permitem que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) possa “responder de forma adequada às pessoas”. “Se adoecermos hoje, o nosso SNS tem capacidade de nos atender e tratar“, constata.

Mas “o vírus continua a circular em Portugal, na Europa e no mundo e o sistema de saúde vai ser submetido a uma grande pressão“, sustenta.

O Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, recorda ainda que “Portugal é dos países que está a testar mais”. Mas o governante defende uma “testagem mais massiva”, com “área de intervenção definida”.

Foram feitos mais de 17 mil testes em lares de idosos

Mais de 17.000 testes ao novo coronavírus já foram feitos em lares de idosos em Portugal e as autoridades pretendem atingir os 70 mil em Maio, anunciou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Em comunicado, o Ministério explica que o programa de testes de diagnóstico começou com uma parceria com o Instituto de Medicina Molecular (IMM), a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) e o Algarve Biomedical Center (ABC), da Universidade do Algarve. Conta, actualmente, com mais de uma dezena de parceiros, entre universidades, politécnicos, unidades de investigação e administrações regionais de saúde.

“Lançado com o objectivo de conter a propagação da doença em lares de idosos, através da realização de testes a todos os trabalhadores e utentes com sintomas, este programa de carácter preventivo é complementar a outras medidas já decretadas pelo Governo e adoptadas pelas várias entidades, como a adequada separação de utentes e a correcta utilização de equipamentos de protecção individual”, recorda o Ministério.

Este programa é concretizado com as comunidades intermunicipais, em articulação com as autoridades de saúde locais e os centros distritais da Segurança Social.

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, adiantou, nesta quinta-feira, que das 820 mortes associadas à Covid-19 que se contavam nesse dia, 327 ocorreram em lares de idosos.

A percentagem de casos de Covid-19 na população mais idosa que vive em lares “é relativamente pequena“, referiu ainda Graça Freitas, lembrando, contudo, que esses espaços têm uma grande concentração de pessoas e que é fácil a propagação da doença, mesmo tomando as devidas precauções.

Contudo, e apesar das preocupações com estes espaços, Graça Freitas afirmou que estar num lar “não é uma fatalidade” e sublinhou que “a grande maioria das pessoas que adoeceram nos lares estão bem e recuperadas”.

ZAP // Lusa

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