O antigo primeiro-ministro chinês, Li Peng, morreu esta segunda-feira, avançou a agência estatal Xinhua. Aos 91 anos, o político que liderou a “ala dura” do Governo durante os protestos de Tiananmen, em 1989, faleceu de doença não especificada.
De acordo com a agência estatal Xinhua, Li Peng morreu na noite desta segunda-feira aos 91 anos, de doença não especificada. Segundo o Observador, sabe-se que o ex-primeiro-ministro chinês sofria de uma doença para a qual estaria a realizar tratamentos que não tiveram sucesso.
Peng foi primeiro-ministro de 1987 a 1998, fazendo parte da “ala dura” do Partido Comunista chinês. A sua presença no governo ficou internacionalmente marcada pela imposição de lei marcial em 1989, durante os protestos pró-democracia, na Praça de Tiananmen: foi o político aguerrido que mandou os tanques do exército contra os manifestantes.
Estima-se que tenham morrido milhares de pessoas, embora a contabilidade oficial aponte apenas para 300 mortos, a maioria deles soldados.
Li Peng passou duas décadas no topo da hierarquia política chinesa, antes de se aposentar em 2002, deixando um legado de crescimento económico, assim como um autoritário controlo político.
A TSF ressalta que o seu nome ficou desacreditado internacionalmente com os incidentes dos protestos de Tiananmen, mas, apesar disso, Peng ficou ligado ao ressurgimento da China, após um longo período de isolamento diplomático e económico.
Durante os seus últimos anos no poder, Li Peng aprovou o seu projeto de estimação: a barragem das Três Gargantas, no Rio Yangtze, que obrigou 1,3 milhão de pessoas a deixarem o país, depois de as suas casas terem ficado submersas.
Peng deixou o cargo de primeiro-ministro em 1998, tornando-se presidente do Congresso Nacional do Povo, o parlamento da China. Em 2002, aposentou-se do Comité Permanente do partido.
Nos seus últimos anos de vida, raramente aparecia em público, sendo visto apenas em reuniões oficiais destinadas a mostrar unidade do regime.