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Morreu o estilista Augustus

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O estilista António Augustus

O estilista António Augustus

O estilista António Augustus morreu este domingo em Lisboa, no hospital, vítima de doença prolongada, disse à agência Lusa uma amiga do costureiro.

O corpo do costureiro estará em câmara ardente até às 15:30 de segunda-feira, altura em que será celebrada uma missa, também na Basílica da Estrela, seguindo depois o corpo para cemitério do Alto de São João, adiantou a mesma fonte.

António Augustus nasceu na Figueira da Foz, há 64 anos, tendo ido viver para Luanda, Angola, com a família ainda em criança.

Augustus fez o liceu em Angola, tendo depois estudado Relações Públicas e Turismo em Inglaterra. Entretanto, regressou a Angola, onde fez a tropa.

Na última entrevista à Lusa, em março deste ano, recordou que a moda entrou na sua vida “por uma coincidência”.

“Por brincadeira”, em 1973, acabou por fica com a loja de um casal amigo, situada em frente à agência de viagens onde trabalhava. “Os dois eram professores e foram transferidos para Moçambique. Tinham uma semana para arrumar tudo, trespassar a loja e irem-se embora. Eu, por brincadeira, fiquei com a loja. Só que aquilo começou a crescer, passado um tempo tinha duas lojas, depois três”, contou.

Algum tempo depois percebeu que “o que gostava não era vender, era de criar coisas”.

“Arranjei costureiras, uma bordadora e comecei a fazer coisas para vender feitas lá”, disse.

Nessa altura regressa a Inglaterra: “Para estudar o que decidiu fazer na vida”.

Trabalhou uns tempos em Paris, França, com o estilista japonês Kenzo, regressando depois a Portugal, mais especificamente a Lisboa, em 1976, onde abre a sua primeira loja em território luso.

Em 1979, apresentou uma coleção de forma considerada inovadora, a bordo de um avião da TAP, ação que o tornou conhecido a nível nacional e que repetiria dez anos mais tarde.

Viria a vestir mulheres como a fadista Amália Rodrigues e a pintora Maluda e trabalhou com manequins internacionais, como a alemã Claudia Schiffer. Ficou ainda famoso o desfile de 2002 em que Maria José Ritta, mulher do então Presidente da República Jorge Sampaio, desfilou no Casino da Figueira da Foz com um vestido da sua autoria.

Atualmente tem quatro lojas em Lisboa com o seu nome e um ‘atelier’ em Angola. As suas roupas podem ser compradas também em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, e no Japão. Em março, revelou à Lusa que planeava abrir “brevemente uma loja em Angola”.

/Lusa

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