Morreu D. José Policarpo

D. José Policarpo morreu esta quarta-feira, aos 78 anos, adiantou a Rádio Renascença. O antigo cardeal patriarca de Lisboa, que se encontrava em Fátima para um retiro Pascal, morreu às 19h50, vítima de um aneurisma da aorta.

Pensador e académico com vasta obra publicada, D. José Policarpo foi Cardeal Patriarca de Lisboa durante 15 anos.

As cerimónias fúnebres realizam-se amanhã, às 16h, na Sé de Lisboa. O corpo do patriarca emérito de Lisboa deverá chegar hoje, às 15h00, à Sé Catedral, onde vai permanecer em câmara ardente.

As exéquias serão celebradas também na sexta-feira e presididas pelo Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. O corpo segue depois para o Mosteiro de São Vicente de Fora, onde se localizada o Panteão dos Patriarcas.

Mantém-se viva a “feliz memória”

D. José da Cruz Policarpo, nascido em Alvorninha, nas Caldas da Rainha, a 26 de fevereiro de 1936, tornou-se padre em 1961 e era doutorado em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

Foi nomeado bispo auxiliar de Lisboa a 26 de Maio de 1978, recebeu a Ordenação Episcopal a 29 de Junho do mesmo ano e, em Março de 1997, tornou-se arcebispo coadjutor do Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, a quem sucedeu como Patriarca a 24 de Março de 1998.

Enquanto Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo recebeu duas visitas papais. João Paulo II veio a Portugal no ano 2000 e, dez anos depois, foi a vez de Bento XVI.

D. José Policarpo participou no conclave que elegeu Bento XVI, em 2005, e, em 2013, na eleição do Papa Francisco, que tinha sido feito cardeal por João Paulo II no mesmo consistório que D. José Policarpo (a 21 de Janeiro de 2001).

Em 2011, D. José Policarpo apresentou a sua resignação ao Papa, por ter atingido o limite de idade de 75 anos. Fê-lo oficialmente numa carta dirigida a Bento XVI a 17 de Fevereiro, mas Bento XVI pediu-lhe que prolongasse o seu ministério “por mais dois anos”.

D. José Policarpo acabaria assim por ficar até à resignação do próprio Bento XVI – e foi já depois da eleição do Papa Francisco que a sua resignação foi aceite, a 18 de Maio de 2013.

Sucedeu-lhe como Patriarca de Lisboa D. Manuel Clemente, antigo Bispo do Porto, que numa primeira reacção diz que se mantém viva a feliz memória do seu trabalho.

ZAP / RR