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Morgan Freeman acusado de assédio sexual por 8 mulheres

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Nathan Congleton / Flickr

O ator Morgan Freeman

O ator norte-americano, de 80 anos, está a ser acusado por oito mulheres de assédio sexual e comportamento impróprio ao longo dos últimos anos, segundo uma investigação da CNN.

A notícia cruza depoimentos de pelo menos 16 pessoas, oito das quais dizem ter sido vítimas de assédio sexual por parte do ator Morgan Freeman e outras tantas terem presenciado comportamentos e atitudes impróprias em ambiente de rodagem, na promoção de filmes ou dentro da produtora Revelations Entertainment, que o próprio criou.

Entre os casos relatados pela CNN está o de uma assistente de produção da comédia “Ladrões com muito estilo” (2017), protagonizada pelo ator, Michael Caine e Alan Arkin. A mulher alega que o ator a tocava sem consentimento e fazia comentários diários sobre o corpo e a roupa que vestia.

Outro dos depoimentos é da jornalista Chloe Melas, da CNN, que coassina a reportagem, recordando que, numa ronda de entrevistas a propósito do mesmo filme, o ator de 80 anos teceu vários comentários de cariz sexual enquanto olhava insistentemente para ela, na altura grávida de seis meses.

Quatro pessoas que trabalham em rodagens de produções com Morgan Freeman ao longo da última década descrevem um persistente comportamento impróprio que incluía assédio verbal e tentativa de, por exemplo, levantar as saias das mulheres.

“Cada uma delas disse que não denunciou o comportamento de Freeman porque receava perder o emprego. O comportamento padrão descrito pelas pessoas que falaram com a CNN revela os problemas sistemáticos que existem na indústria do entretenimento”, afirma o canal de televisão.

“As alegações contra o Freeman não se referem a coisas que se passaram em privado. São coisas que alegadamente aconteceram em público, em frente a testemunhas e até mesmo em frente às câmaras”, escrevem as jornalistas An Phung e Chloe Melas.

“Antes do #Metoo, muitos homens da indústria do entretenimento comportavam-se sem medo das consequências, porque muitas vezes quando algum homem com poder o fazia, era a vítima que sofria as consequências”, lamentam.

No mesmo dia, o ator norte-americano Morgan reagiu à reportagem da CNN, pedindo desculpa “a quem se sentiu desrespeitado ou desconfortável” com as suas ações.

“Quem me conhece ou trabalhou comigo sabe que não sou capaz de ofender alguém intencionalmente, nem de criar situações que causem desconforto”, lê-se no comunicado, divulgado pelo agente do ator, Stan Rosenfield, citado pela Associated Press.

Peço desculpa a quem se sentiu desrespeitado ou desconfortável, nunca foi essa a minha intenção”, conclui o ator na mesma nota.

Morgan Freeman é visto como um dos atores mais respeitados e famosos de Hollywood, com uma carreira premiada de quase 50 anos da qual fazem parte filmes como “Miss Daisy”, ” A fogueira das vaidades”, “Os condenados de Shawshank”, “Sete pecados mortais” ou “Invictus”.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. O que está a acontecer começa a assemelhar-se, com as devidas distâncias e prudência, a uma espécie de macartismo ou pelo menos corre esse risco de se começar a confundir o trigo com o joio.

  2. Uma “investigação” feita durante oito meses com oito “vítimas”, mas em que só duas dão o nome e uma delas é a “investigadora”. As outras seis ficam anónimas supostamente por terem medo do “poder” de Morgan Freeman. Mas que poder podem ter pessoas como Freeman, quando quaisquer levianas acusações de assédio por 31 de boca, passam prontamente a condenações públicas com trânsito em julgado, sem que o onus da prova recaia sobre acusação, como é de lei?

    Relativamente aos fundamentos desta investigação, o que temos? Testemunhas de alegados “levantamentos de saia” que não se conseguem contactar ( Alan Arkin) e duas míseras cenas em frente às camaras que passo a descrever:

    1. Uma entrevistadora que diz a Freeman, com um sorriso arejado, que se sente como se tivesse vindo para um jantar sem nada vestido (!) e que os piropos de Freeman são como um “remédio para uma rapariga solteira”.. E ainda pergunta a Freeman como ele se sente enquanto homem solteiro. Repare-se… Nada disto é assédio, pois a entrevistadora é mulher e o mundo anda debaixo do feitiço WAW (Women Are Wonderful). Mas quando Freeman lhe responde que a vantagem dele ser solteiro na idade dele é limitar-se a olhar para mulheres como ela e babar, aí ui!… Machismo!!! Violação verbal!!

    2. A segunda entrevista é levada a cabo pela própria “entrevistadora-investigadora” deste ataque a Freeman, que repito, é uma das duas únicas testemunhas que “dá o nome”. A cena é extremamente curta (para não se perceber o contexto)… E o que se vê? Michael Caine diz em tom manifestamente chateado à referida entrevistadora (que estava grávida), que deixou de dar os parabéns a grávidas desde que cometeu a gafe de dar os parabéns pela gravidez, a uma mulher que não estava grávida. Freeman responde “quem me dera ter estado lá” (na situação que Michael Caine acaba de contar). Pois vem agora esta “distinta” senhora, querer por força dar a entender que Freeman se estaria a referir a “ter estado lá”, na fecundação dela (entrevistadora). Mas afinal quem tem aqui a mente perversa? Não admira que Michael Caine, Alan Arkin, e Freeman (os 3 entrevistados) estivessem com um ar tão chateado, pois esta conversa deve ter vindo à baila por ela os ter criticado por não a felicitarem pela gravidez. Daí a história que Caine contou.

    A hipocrisia é a tónica dominate de tudo isto… Enquanto no Afeganistão e na Índia mulheres são apedrejadas e queimadas vivas por não quererem casar à força, por cá as #meetoo anda mais preocupadas em destronar executivos e políticos, ou em fazer campanha pela pena de morte contra o piropo. Para quê perder tempo com dramas reais do outro lado do mundo, quando é tão mais fácil destruir carreiras de uma vida com acusações sem provas? E depois esta coincidência… Só pessoas de poder (em cujo lugar alguém gostaria de estar) é que são acusadas de assédio sexual, já repararam? E todas têm de se demitir sem direito à defesa legal. Para a chamada 3ª Vaga Feminista, existem três pecados capitais: Ser-se homem, estar em posição de fama ou poder, e ter mais de 45 anos. Já repararm que não praticamente não há assediantes entre mulheres, pobres e jovens? Fantástico hã? É como a violência doméstica… Também só os homens é que a cometem. Uma mulher pode agredir à vontade um homem em casa e se partir uma unha a bater-lhe, lá vai o homem de cana.

  3. Estou farto de tentar publicar a minha opinião sobre este artigo, que de resto publiquei na página Facebook do ZAP. A minha opinião é-me sistemáticamente bloqueada. Eu não estou própriamente admirado na medida em que é prática corrente do Feminismo de 3ª Vaga, apagar e bloquear toda e qualquer opinião adversa à sua agenda. Isto passa-se a nível do The Guardian e de alguns outros jornais de maior projecção mundial, quanto mais aqui no ZAP. Quando sabemos que estamos a lutar por causas justas, não precisamos de silenciar as visões antagónicas, para parecer que a nossa é a mais válida ou a única. Mas é triste por ser sintomático da fraqueza da estrutura ideológica deste feminismo que não tem argumentação válida que não a de impedir que outras argumentações válidas opostas sejam lidas ou ouvidas. É o despotismo no seu melhor. É também triste porque quando a imprensa se queixa de falta de liberdade de expressão, está no fundo a provar do próprio remédio.

    • Caro Miguel,
      Também se torna cansativo estarmos recorrentemente a explicar-lhe que não temos nenhuma agenda especial, e que não temos nenhuma vontade de andar a persegui-lo, nem tempo para monitorizar o spam/lixo dos comentários que o Akismet processa, à procura de algum comentário seu que tenha outra vez ferido alguma regra dos mecanismos de anti-spam… 🙂

      • Sem desrespeito pelo trabalho de ninguém, inicialmente foi-me dito que era o meu endereço de email que era filtrado. Ora filtrava ora não filtrava, mas diziam-me que era disso. Desde então já tive de criar propositadamente mais de uma conta de email, para poder contribuir para os comentários das notícias, algo que faço com o maior prazer, mas que também contribui para a vitalidade da publicação.

        Agora este email, nunca mais foi bloqueado, pelo que está óbviamente dentro das parametros do Akismet. Lendo a minha mensagem que estava a ser bloqueada, e tendo em conta que não viola nenhum dos termos do utilização da ZAP, consegue explicar-me o que há nela que possa ser bloqueado pelo Akismet?

        Eu sinceramente não consigo entender… E por essa razão talvez, é que têm de me estar sempre a explicar.

        Atentamente,

        Miguel

    • Este homem está cada vez pior!
      Se o caro amigo escrevesse “propriamente” e “sistematicamente” sem acentos era capaz até de passar. Agora… escrever com os pés… convenha que o ZAP NOTICIAS tem de manter algum nível nos comentários.

      • Quem não tem argumentos contra o conteúdo, ataca a forma. É típico de quando a inteligência não dá pra mais.

        Ainda bem que não dá o nome pelo que escreve. Além de cobarde é analfabruto: “NOTICIAS” leva acento agudo no primeiro “i”. Fica assim: NOTÍCIAS. Você então, nem a copiar! A palavra está escrita por todo o lado nesta página e você mesmo assim mete uma argolada na ortografia. Eis como perder uma excelente oportunidade de ficar calado! Gosto tanto quando estes animais dos fenos vêm todos contentes corrigir 2 palavras num texto de 164, e erram logo uma num texto de 38.
        Arre, animal dos fenos!

      • Ó Queiroz… larga o feno, homem! E aprende a escrever que já tens idade para isso!
        Olha que propriamente e sistematicamente com acento levam-me a pensar como terás feito a quarta classe… se é que a fizeste. Terá sido ao domingo como o teu colega?!

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