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Morales quer intervenção do Papa na supervisão de eleições na Bolívia

agenciaandes_ec / Flickr

Evo Morales, antigo presidente da Bolívia

Evo Morales pediu esta quarta-feira que o papa Francisco que “organize uma missão eleitoral” para, em conjunto com “organismos e instituições da Europa”, supervisionar as eleições no país anunciadas pelo Governo interino ainda sem data.

O antigo Presidente da Bolívia não adiantou que instituições deveriam também integrar a missão de supervisão eleitoral, mas sublinhou que “devem ser notáveis” e “fazer cumprir todas as regras”. “Tenho muito respeito, muita admiração” pelo papa Francisco, explicou Evo Morales, acrescentando considerar que este “continua a ser o papa dos pobres”.

Morales foi nomeado líder da campanha do seu partido, o Movimento pelo Socialismo (MAS), tarefa que desempenhará a partir da Argentina, onde chegou há uma semana depois de ter estado um mês refugiado no México, na sequência da imposição dos militares para que deixasse o cargo de Presidente.

Como possíveis candidatos do partido às eleições, Evo Morales nomeou Luis Arce e Andrónico Rodríguez, reiterando várias vezes nas últimas semanas não ser candidato, mas sublinhando que o MAS continua a ser o primeiro partido nas intenções de voto.

Mesmo sem candidato à presidência, continuamos em primeiro lugar, apesar de termos caído. Costumamos ter entre 40 e 42% [de intenções de voto], agora estamos com 25%, mas os outros estão com menos de 20%, [portanto] com mais de 10 pontos de diferença (valor necessário para vencer as eleições à primeira volta, de acordo com as regras bolivianas”, concluiu.

Evo Morales foi forçado pela polícia e pelo exército a renunciar em 10 de novembro, após três semanas de manifestações para protestar contra as fraudes nas eleições presidenciais denunciadas pela oposição e pela Organização dos Estados Americanos.

Morales tentava um quarto mandato consecutivo, depois de quase 14 anos no poder na Bolívia. O parlamento boliviano aprovou uma lei no final de novembro a convocar novas eleições presidenciais e legislativas, sem Evo Morales, que não poderá concorrer.

O ex-Presidente boliviano considerou que a proclamação da senadora Jeanine Añez como Presidente interina foi um “golpe de Estado“.

ZAP // Lusa

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