Montenegro estende posição contra referendo à regionalização até 2026

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Luís Montenegro, líder do PSD

Líder do PSD entende que caos no Aeroporto de Lisboa “não tem nada a ver com a construção de um novo equipamento aeroportuário”, mas sim com a falta de desinvestimento.

Marcelo Rebelo recebeu ontem, no Palácio de Belém, o novo líder do PSD, que aproveitou as suas declarações aos jornalistas, após a reunião, para reforçar a posição que já tinha deixado expressa no discurso de encerramento do congresso do PSD: é contra a realização um referendo sobre a regionalização em 2024. No entanto, ontem ficou patente que este prazo é ainda mais lato.

“Tivemos a ocasião de transmitir a nossa posição que é de não tomar nenhum impulso nem sequer concordar com a realização de um referendo em 2024, com vários argumentos. A circunstância de estarmos em pleno processo de descentralização de competências entre a administração central e a administração local”, apontou o novo líder do partido, citado pela TSF.

Na opinião de Montenegro, esse processo “dura há três anos, tem sido muito lento e não tem resultados efetivos”. O dirigente social-democrata deixou críticas ao Governo por não ter sido “capaz” de, numa matéria que não oferecia grandes exigências parlamentares, não ter conseguido “avançar com as transferências básicas”. De seguida, partiu para criticar outras áreas em que também identificou falhas governamentais como o Serviço Nacional de Saúde, a inflação e os baixos salários.

Ainda sobre o referendo sobre a regionalização, Montenegro explicou que não se opõe à sua realização só em 2024, mas também até ao fim da legislatura, aludindo aos sucessivos atos eleitorais que se realizam até 2026 (eleições europeias em 2024, eleições autárquicas em 2025 e eleições presidenciais e legislativas em 2026).

“Não havendo condições para haver um referendo, não vamos ter uma discussão estéril. Eu não vou participar numa ação política que seja desfocada daquilo que interessa às pessoas”, explicou o líder social-democrata.

Questionado pelos jornalistas sobre a situação caótica que se vive no Aeroporto de Lisboa, Luís Montenegro apontou que esta “não tem nada a ver com a construção de um novo equipamento aeroportuário na região”. “Tem a ver com o desinvestimento gritante que houve nos últimos anos nos serviços públicos”, atirou.

À luz dos acontecimentos da última semana que envolveram António Costa e Pedro Nuno Santos a propósito da construção do novo aeroporto de Lisboa, Luís Montenegro assegurou a “disponibilidade do PSD de dialogar com o primeiro-ministro”, ressalvando que tal “não elimina a nossa crítica implacável à forma como o Governo tem gerido esta matéria”. Sobre este ponto, o presidente social-democrata antecipou que um encontro com António Costa acontecerá “oportunamente” e “sem qualquer pressa”.

ZAP //

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