O PS acusa Luís Montenegro de “populismo securitário”, por dizer que Governo tem como duas das prioridades a regular a imigração e combater à criminalidade – posição que contrasta com a mensagem que Marcelo Rebelo de Sousa pretende passar ao país.
Referindo-se diretamente à mensagem de Natal do primeiro-ministro, a líder parlamentar do PS Alexandra Leitão afirmou que Luís Montenegro está desalinhado com a realidade.
“Não vale a pena traçar um quadro eleitoralista de um país que não é o que os portugueses conhecem”, acusou Alexandra Leitão, esta sexta-feira, na sede nacional do PS, no Largo do Rato, em Lisboa.
Na mensagem de Natal, na noite de dia 25, o primeiro-ministro incluiu nas prioridades para o futuro uma imigração regulada, o combate à criminalidade, o reforço dos serviços públicos e executar um grande investimento de habitação pública.
Centrando-se nas políticas de imigração e de segurança, Montenegro prometeu “promover uma imigração regulada para acolher com dignidade e humanismo aqueles que escolherem viver e trabalhar no nosso país”.
“Somos um dos países mais seguros do mundo, mas temos de salvaguardar esse ativo para não o perdermos”, disse.
A oposição acusou Montenegro de viver num “oásis”, alheado da realidade.
Para a líder parlamentar do PS, a mensagem de Natal de Luís Montenegro contrasta com a de Marcelo Rebelo de Sousa, que num artigo no Jornal de Notícias defendeu ser necessário “promover a igualdade e afastar as exclusões”.
“Foi a mensagem do Presidente da República com a qual o PS não podia estar mais de acordo”, destacou.
“Populismo secutitário”
Pelo contrário, o Governo da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP) “cavalgou uma perceção de insegurança que não é real e aproveitou para entrar numa deriva de populismo securitário”, considerou.
Alexandra Leitão exemplificou medidas recentemente aprovadas pelo PSD e CDS-PP, como a de “excluírem do direito à saúde imigrantes que estejam em vias de regularização”, contrasta com a mensagem que Marcelo Rebelo de Sousa pretendeu passar ao país.
Num artigo de opinião publicado no Jornal de Notícias, também no dia 25, o Presidente da República apelou para que se recuse o “monopólio da verdade” e se superem “discriminações injustas” e sublinhou que para muitos o dia de hoje é apenas “o Natal possível”.
“Mais humanismo e solidariedade”
Para a líder parlamentar do PS, numa época como o Natal a mensagem a destacar deveria ser “a necessidade de humanismo, de solidariedade e de investir no Estado de Direito e no Estado Social”.
Questionada se discorda da prioridades de Montenegro dada à segurança, Alexandra Leitão respondeu que o PS considera a segurança “um valor máximo e uma das tarefas primordiais do Estado”.
“Mas a segurança obtém-se essencialmente através de polícia de proximidade, através de medidas de integração e também, já agora, de combate à violência doméstica, que é o crime que mais mata em Portugal”, afirmou.
A líder parlamentar do PS acrescentou que o seu partido subscreve a importância do combate ao tráfico de droga aos crimes violentos, mas defendeu que não foi isto que esteve na base da operação policial no Martim Moniz na semana passada, alvo de muitas críticas.
“Aquilo que o primeiro-ministro, diretamente o primeiro-ministro, pretendeu com a operação especial que levaram a cabo a semana passada foi ter visibilidade, foi fazer propaganda política, foi instrumentalizar as forças policiais e com isso o PS não concorda”, realçou.
ZAP // Lusa
A vacuidade dos orgulhosos incapazes, é o pior inimigo do progresso.
Alinha-te. Prefiro ser laranja, do que vermelho! 😉
O PS acusar o PSD é como que o roto acusar o remendado, o papel de ambos está bem representado na arte de desgovernar-nos.
Como é que está a situação das gemeas? De repente desapareceu qualquer informação. Que estanho não acham?