Montenegro diz ter a solução para o problema dos professores – e pô-la à disposição do Governo

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Fernando Veludo / Lusa

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro

Luís Montenegro disse, este sábado, que Portugal está a viver um “problema democrático”, no setor da educação, e culpa é de Costas: “não só do João, mas do António”. O líder do Partido Social Democrata propôs o pagamento do tempo de serviço dos professores faseado em cinco anos. “Não nos importamos que o Governo possa fazer desta uma proposta sua”.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, anunciou, este sábado, que o partido vai propor o pagamento faseado por cinco anos do tempo de serviço dos professores, atribuindo 20% em cada ano.

Depois de uma semana dedicada à área da educação, o presidente do PSD anunciou no Porto algumas das propostas para aquele que considerou “um setor em crise” e que vão do pré-escolar à recuperação do tempo de serviço dos professores.

“Portugal vive hoje vários dramas neste setor e não consegue encontrar, no Governo, resposta”, afirmou Montenegro, defendendo que as críticas devem ser apontadas “ao Costa, não só ao João [ministro da Educação], mas ao António [primeiro-ministro]”.

Salientando que uma “sociedade justa tem na escola um alicerce”, Montenegro defendeu que “o que está a acontecer em Portugal é um problema democrático“.

Uma solução “ao dispor” do Governo

Aos militantes presentes na conferência “Encontros sobre o futuro”, Luis Montenegro anunciou a intenção de pagar o tempo de serviço dos professores de forma faseada em cinco anos “a um ritmo de 20% em cada ano”, medida que “é compatível com a gestão rigorosa dos recursos”.

“Não nos importamos que o Governo possa fazer desta uma proposta sua“, admitiu o social-democrata, dizendo assumir esta medida e escolha com responsabilidade.

O líder dos sociais-democratas disse ainda que, sobre esta matéria, vai solicitar à Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e ao Conselho de Finanças Públicas o cálculo exato do impacto orçamental da recuperação do tempo de serviço, adiantando que depois de ouvir os representantes dos professores “pode estimar-se um impacto de 250 a 300 milhões de euros“.

Para os professores, o PSD propõe ainda a dedução, em sede de IRS, das despesas daqueles que encontram deslocados a mais de 70 quilómetros da área de residência.

Garantir a universalidade do pré-escolar até ao final da legislatura, rever o sistema de comparticipações pelo Estado e contratualizar com os municípios o alargamento da resposta pública são as três propostas do PSD para este grau de ensino.

E a pensar nos alunos?

Ao nível da aprendizagem, o PSD quer que seja criado um modelo de aferição sistemática de aprendizagem dos alunos para “acompanhar e divulgar publicamente a evolução do plano de recuperação” das mesmas.

No âmbito da ação social escolar, Luís Montenegro anunciou também ser intenção do partido, entre outras medidas, ampliar a abrangência dos beneficiários dos escalões, aumentar os valores de comparticipação do material escolar e automatizar a atribuição da bolsa de mérito.

“É possível fazer isto tudo mantendo equilíbrio, se houver boa gestão, capacidade de execução e se houver também a coragem de pôr este país a crescer”, acrescentou o líder do PSD.

ZAP // Lusa

13 Comments

  1. Na Madeira faltam apenas dois anos para os professores terem recuperado todo o seu tempo de serviço. Temos dois Portugais ou apenas um? Por estas e por outras é que o PS é sempre escorraçado pelos madeirenses. Só no Continente é que se vão safando porque há muita gente à espera de rebuçados e/ou subsídios.

  2. Como é que um governo deixa arrastar uma situação como esta. Surgiu agora o político salvador a levantar a voz para contrariar o Costa. É bom não acreditar , porque o que tivemos do Passos não foi nada bom ou seja foi tão mau que nem me consigo esquecer e Montenegro é o químico do Passos.

  3. Decorridos sete anos o Governo empata a resolução da situação dos problemas dos professores que se traduz num descrédito e no prejuízo que as greves continuadas causam à educação. Uma falta de diálogo ou uma rejeição sistemática do que os professores propõem não é uma solução credível . O governo adotou uma posição de força pensando que com o tempo os professores se fatigassem . O problema é que a espera foi muita e originou uma verdadeira explosão. A contestação desceu à rua e só parará quando o governo considerar que tem de pôr fim a esta injustiça.

  4. E os outros funcionários Públicos? Só os professores são essenciais à sociedade? Todas as profissões são essenciais, não vivemos uns sem os outros.
    Já agora, eu atualmente estou reformado, tive o meu tempo congelado o que fez com que chegasse à reforma, sem ter atingido o meu último escalão, fiquei sem dois escalões!…
    Teria no valor da minha reforma atual mais cerca de 150,00 €.
    Portanto ou comem todos ou não come ninguém. Quem são os professores afinal? onde está a igualdade direitos? dizem haver falta professores, para quê mais professores, pois passaram ano anterior sem dar aulas “em greve” !.. sejamos coerentes!

  5. Ter o tempo congelado é uma coisa. Os professores trabalharam e descontaram para esse efeito e portanto meu caro o Estado está em dívida para com eles. Existem outras reivindicações que também são pertinentes. Não confunda alhos com bugalhos. Os professores também estiveram com o tempo congelado. Muito professores têm ido para a reforma sem 6A 6M e 32 dias. Deixe-se de conversa fiada. O progresso de um país tem como base a educação que é aquilo que certos funcionários públicos não têm.

  6. José Maria, as carreiras gerais foram descongeladas e receberam a contagem do tempo de serviço.
    As carreiras especiais foram todas compensadas, exceto com os professores do Continente (nos Açores e na Madeira a justiça vingou).
    Há que considerar se está posição de força autoritária está correta?
    O futuro do país passa, também, pela formação integral daa nossas crianças e jovens (são cada vez menos, também é um grave problema).
    Lamento a sua situação, mas há que lutar para repor a justiça também no seu caso…

  7. Eu compreendo o caso do José Maria , mas como já foi para a reforma e com um governo como este não creio que esteja sensibilizado para repor essa injustiça. Quem vai repor aos professores os anos que não lhes foram contados ? É um caso que agrada ao governo , porque aufere benefícios com isso. O caso dos professores se o governo quisesse já o tinha resolvido. Os professores têm que lutar pelos seus direitos , porque nenhum profissional gosta de ser prejudicado , desrespeitado, desvalorizado na sua carreira. Assim como os médicos também defendem as suas causas que diga-se são justas. Os oficiais de justiça sentem-se lesados e protestam. As coisas não são cor- de- rosa como nos fazem crer . Quando a Espanha entrou para a UE subiu os ordenados dos funcionários e Portugal ficou na mesma. Mesmo a Grécia tem uns ordenados superiores aos nossos. Muitas das coisas que Costa fala que deviam ter sido feitas habitação não foram . Não existem um pedreiro em Portugal. A crise da construção fez com emigrassem. E agora. Como é que os políticos argumentam que 75% dos portugueses já têm casa própria. Há muita propaganda , muitas respostas que não correspondem ao que é feito nem à realidade.

  8. Sr. Joaquim, não vale a pena bater em ferro frio. Deixe-se de conversa fiada.
    Alguém o tratou mal, para dizer que certos funcionários públicos não têm educação?
    O Sr. é que está a revelar uma grande falta de educação, não sei se é professor, mas consigo, caso seja nenhum dos alunos vai aprender nada. Mais uma vez lhe digo, todas as profissões são essenciais para a sociedade, que seria Portugal só com professores? O Sr. Vive nesta sociedade sozinho, nunca precisou dos serviços das outras profissões? Se assim for é um herói.
    Se o Joaquim é professor, não se esqueça que também é funcionário público e aqui se alguém é mal-educado, é o Sr. Joaquim.
    E já agora se é professor vá dar aulas, deixe-se de greves e seja bem-educado!….

  9. Não sou professor mas tenho familiares professores que estão sempre que é necessário a protestar, porque estão a ser roubados em 6A, 6M e 23 dias e na progressão . Porque o desleixo dos políticos é manifesto , embora não aceitem deixaram chegar o país ao caos , sem professores, médicos , oficiais de justiça e não têm pedreiros nem casas.

  10. O resto da função pública já recuperou o tempo de serviço. A verdade é esta e não como o PM faz crer . Esta afirmação constitui uma falácia que induz as pessoas em erro . Indignados, desrespeitados, injustiçados lutam pelos seus direitos como forma que lhe seja reposto o pagamento do tempo de serviço que lhe é devido e a progressão na carreira , que os afeta tanto no ativo como na aposentação . Mesmo que a avaliação efetuada seja considerada de ótima o governo impede o professor de progredir por razões economicistas , o que lhe causa desmotivação .

  11. Mentiroso . Neoliberal. Para a banca e para os grande grupos económicos dás tudo. Para os professores prometes e depois róis a corda. Os empregados comem as espinhas e os ossos. A s tuas promessas são como as do teu amigo Patos.

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