ESO/M. Kornmesser

Impressão artística do planeta Barnard b
Cientistas descobrem 4 planetas rochosos a orbitar a estrela individual mais próxima da Terra. São (muito) pequenos e estão tão perto do Sol que o número de dias de um “ano” conta-se pelas mãos.
A estrela de Barnard foi descoberta em 1916 pelo astrofotógrafo Edward Emerson Barnard. Desde então, tinha já sido descoberto um planeta a orbitá-la.
Agora, uma equipa de investigadores descobriu que este não está sozinho: são 4 mini-planetas a orbitar a segunda estrela mais próxima da Terra (a primeira individual, uma vez que mais próximo só o sistema Alfa Centauro), e a primeira mais próxima do nosso Sol — fica apenas a 6 anos-luz do nosso planeta.
O estudo, publicado em março na The Astrophysical Journal Letters, revela ainda que estes planetas estão demasiado próximos da estrela para poderem albergar vida — um “ano” tem num deles apenas 2 dias, e o mais distante da estrela tem 7: são, portanto, extremamente quentes.
São também bastante pequenos — como compara a SciTechDaily, têm apenas cerca de um quinto a um terço da massa da Terra. Chamam-se Barnard b, c, d e e.
Na verdade, foram muitos os obstáculos que a equipa teve de enfrentar para chegar a esta descoberta. Em primeiro lugar, sendo pequenos, estes planetas emitem menos sinais, que por sua vez são “abafados” por um “ruído” emitido por este tipo de estrelas, que tremem e brilham naturalmente.
Os investigadores usaram então uma modelação avançada e tecnologia de ponta para separar os pequenos sussurros dos planetas do ruído da estrela. Usaram um técnica chamada velocidade radial, que consiste na busca por pequenas oscilações na luz de uma estrela causadas pela atração gravitacional dos planetas.
Para isso, foi necessário criar modelos matemáticos detalhados dos tremores e abalos da Estrela de Barnard.
Segundo escreve na NASA no SciTechDaily, o uso destas novas técnicas pode “abrir novas janelas para mundos habitáveis e potencialmente portadores de vida”.