Os melhores mísseis da Rússia estão a falhar

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Air Force Command of UA Armed Forces/Facebook

Míssil russo Kh-101 abatido em Vinítsia.

“É muito provável que o mau funcionamento de um míssil tão prestigiado indique problemas na sua produção, provavelmente afetados pelas sanções e pela pressa em satisfazer as exigências do conflito”. Aviso vem do Reino Unido.

Alguns dos mais “prestigiados” mísseis de cruzeiro russos estão a funcionar mal e a falhar os seus alvos, avançam os serviços secretos britânicos esta terça-feira.

Uma das munições guiadas de maior precisão do Kremlin, o AS23a Kodiak — mais conhecido como Kh-101 — está a passar de momento por “problemas de produção” que podem passar por uma produção apressada, diz, em comunicado no X o Ministério da Defesa do Reino Unido.

Imagens recolhidas a 31 de março mostravam destroços deste míssil num campo em Saratov Oblast, no sul da Rússia, avança o Business Insider. Os destroços terão sido inicialmente considerados restos de um “possível veículo aéreo não tripulado ucraniano”, mas a sua análise concluiu que as peças eram fragmentos de Kh-101.

“É muito provável que os destroços tenham sido o resultado de uma avaria de um míssil KODIAK que foi lançado em direção à Ucrânia no início da manhã”, afirmou o Ministério da Defesa britânico.

“É muito provável que o mau funcionamento de um míssil tão prestigiado indique problemas na sua produção, provavelmente afetados pelas sanções e pela pressa em satisfazer as exigências do conflito”, acrescentou o departamento do governo.

Concebido para atingir os mais importantes alvos militares, entre os quais aeródromos e navios de guerra, o AS23a Kodiak é considerado uma das munições russas de maior precisão. Transporta uma carga útil de quase 450 quilos que pode ser equipada com ogivas altamente explosivas ou de fragmentação, de acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

São muito usados pelo Kremlin para atingir alvos militares e destruir os silos de cereais da Ucrânia.

Rússia atinge duas centrais energéticas

A Rússia atingiu esta madrugada duas centrais energéticas no sul da Ucrânia, causando dois feridos e prosseguindo a estratégia de bombardear a rede ucraniana de fornecimento de energia, lamentou o exército de Kiev.

As forças armadas ucranianas disseram que a Rússia “atacou o sul da Ucrânia com ondas regulares de drones de ataque” e disparou três mísseis visando “infraestruturas essenciais de transporte e logística” na região de Odessa.

“A infraestrutura energética foi danificada” e “dois funcionários de uma empresa de transportes ficaram feridos”, disse o Comando Sul do exército, num comunicado, sem dar mais detalhes.

“Estamos a avaliar a extensão dos danos à central”, disse o autarca da cidade de Odessa, Gennady Trukhanov.

Na região vizinha de Micolaíve, uma outra central energética também foi atingida, provocando um incêndio que foi depois controlado pelos bombeiros, disse o exército da Ucrânia.

No total, a Força Aérea Ucraniana intercetou 14 dos 17 drones explosivos Shahed, fabricados pelo Irão e lançados pela Rússia durante a madrugada e derrubou dois mísseis Kh-59, de acordo com um relatório divulgado esta quarta-feira.

As forças de Kiev afirmam que os disparos foram feitos a partir de Moscovo, em direção à região de Micolaíve e porto de Odessa. Não há registo de vítimas, mas a infraestrutura energética em Micolaíve ficou danificada, o que provocou um corte no fornecimento de energia durante várias horas.

Numa mensagem divulgada na rede social Telegram, o comandante da Força Aérea ucraniana Mykola Oleshchuk revelou que a Rússia lançou ainda dois mísseis Iskander-K e um Iskander-M, mas não especificou se os ataques foram intercetados.

Por sua vez, o exército da Rússia disse ter destruído cinco drones ucranianos esta madrugada sobre a região fronteiriça de Bryansk.

Há várias semanas que a Rússia tem vindo a bombardear a infraestrutura energética da Ucrânia, particularmente no nordeste em torno de Kharkiv, a segunda maior cidade do país, mas também noutras regiões, levando a cortes de energia em grande escala.

ZAP // Lusa

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