Ministro da Defesa e presidente da idD dão explicações diferentes para nomeação polémica

António Cotrim / Lusa

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho

No Parlamento, João Gomes Cravinho e Marco Capitão Ferreira deram explicações diferentes para a nomeação polémica de Alberto Coelho.

A nomeação de Alberto Coelho para a EMPORDEF – Tecnologias de Informação SA depois de ter sido responsabilizado pela derrapagem de mais de 2 milhões de euros nas obras do antigo Hospital Militar de Belém gerou polémica no passado mês.

As versões sobre a nomeação do ex-diretor-geral de recursos de Defesa são distintas e pouco claras. No Parlamento, o ministro da Defesa e o presidente da idD não coincidiram nas suas declarações.

“Aquilo que aconteceu foi uma manifestação de interesse por parte das indústrias de defesa nos seus préstimos, passado algum tempo foi proposto pela idD que ele assumisse a presidência de uma pequena empresa que carecia de alguma atenção, a empresa estava a ser presidida pelo próprio presidente da idD o que não permitia uma atenção permanente, julgo que os desafios que essa empresa tem e as qualidades que Alberto Coelho traz são adequados um para o outro”, disse João Gomes Cravinho, citado pela TSF, numa audição a 7 de julho.

Em novembro, foi a vez do presidente da idD, Marco Capitão Ferreira, prestar declarações no Parlamento.

O deputado Carlos Reis questionou o presidente da idD se sabia das “responsabilidades que lhe eram imputadas pelo relatório de auditoria às obras de reabilitação do antigo Hospital Militar de Belém” e se abordou a contratação de Alberto Coelho com o ministro da Defesa.

“O estatuto de gestor público claramente diz que quando se trata de nomeação de administrações, havendo ou não havendo uma sociedade pública que é uma holding, essas nomeações são da competência das tutelas financeiras e setorial, devidamente articuladas. Sobre esse assunto, é isso que tenho a dizer”, respondeu Marco Capitão Ferreira.

À TSF, o presidente da idD explicou que “não existe qualquer contradição”, explicando que a sua resposta partiu da forma como entendeu a pergunta: “A competência para nomear é das tutelas e foi a isso que se deu resposta, até porque foi assim que entendi a pergunta”.

“A nomeação ocorreu efetivamente com base numa manifestação de interesse que foi por nós veiculada face à disponibilidade do próprio [Alberto Coelho] por ter terminado o mandato. A mesma teve um racional, aliás bem espelhado nas declarações do ministro da Defesa Nacional”, corrigiu Capitão Ferreira, desta vez coincidindo com a versão de Gomes Cravinho.

ZAP //

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