Ministro defende que investimento nas Forças Armadas “é tão relevante” como na saúde

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Mário Cruz / Lusa

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, destacou o papel das Forças Armadas no combate à pandemia de covid-19 e defendeu que o investimento público nesta área “é tão relevante” quanto na saúde ou na educação.

Gomes Cravinho participou esta quarta-feira na abertura do seminário “O Exército Português na Resposta Nacional à Covid-19 – Experiência e Desafios”, uma iniciativa que decorreu na Academia Militar, na Amadora, no distrito de Lisboa, no âmbito das comemorações do dia do Exército.

Na intervenção, o titular da Defesa começou por fazer um balanço “francamente positivo” da “resposta das Forças Armadas, e em particular do Exército, a esta pandemia”, da covid-19, e salientou que “todos os portugueses podem ter orgulho nesta atuação“.

“Eu creio que se gerou um consenso amplamente partilhado na nossa sociedade de que as Forças Armadas têm sido um elemento crítico, um elemento diferenciador, que tem assegurado um respaldo único, um respaldo indispensável para outras estruturas de governação”, advogou, elencando que os militares têm dado apoio por exemplo na saúde, nas prisões, nas escolas, nos lares e também na Proteção Civil.

Na ótica do ministro da Defesa, “este é um momento em que se deve sublinhar que este nível de prontidão não se consegue sem investimento”.

“O investimento público em Forças Armadas prontas e credíveis é tão relevante como o investimento público na saúde, na educação ou nas infraestruturas do nosso país. Compete ao Estado assegurar que o nível de resiliência nacional que as Forças Armadas garantem seja mantido, como respaldo último do bem-estar da nossa sociedade”, frisou.

Neste ponto, referiu que, “analisando as prioridades de investimento” da Defesa, “ao longo dos últimos anos e em particular no âmbito da última revisão da Lei de Programação Militar, é muito claro que a aposta em equipamentos de duplo uso é uma aposta ganha”.

“As novas ameaças e as novas missões das Forças Armadas exigem-nos equipamentos e capacidades distintas“, sublinhou, defendo um reforço do investimento ao nível do “planeamento, e do comando e controlo” por forma a “fazer o melhor uso dos instrumentos à disposição, gerindo, organizando e respondendo da forma mais adequada”.

Salientando o papel dos recursos humanos na atuação do Exército, o ministro assinalou que não é possível “exigir indefinidamente o atual nível de esforço àqueles que compõem o Exército”, pelo que “os portugueses devem entender que é nossa responsabilidade reforçar esta estrutura para que ela possa estar à altura dos desafios que se avizinham no nosso futuro”. “Se a experiência atual nos ensina alguma coisa, é que esses desafios serão complexos e exigirão muito de todos nós”, frisou.

“Cautelosamente otimistas” quanto à capacidade de resposta para o futuro

O ministro da Defesa realçou também que a “implantação do Exército em todo o território nacional” e os protocolos celebrados permitem estar “cautelosamente otimistas quanto à capacidade de resposta para aquilo que se avizinha”.

Gomes Cravinho alertou ainda que “esta nova fase da pandemia não será vivida como a primeira” e que é pedido aos portugueses que “saibam viver com a covid-19 e que mantenham as suas atividades dentro da normalidade possível”.

“Penso que todos entendemos que esta decisão é necessária. Temos de aprender a ser resilientes e a ser disciplinados, num contexto que, não sendo o desejável, é o possível”.

No que toca ao centro de apoio militar covid-19 localizado no antigo hospital militar de Belém (Lisboa), o governante espera que a “sua capacidade possa ser expandida com os recursos humanos que o Ministério da Saúde puder alocar, em complemento aos médicos e enfermeiros do Exército que aí prestam serviço”.

Portugal contabiliza pelo menos 2.213 mortos associados à covid-19 em 103.736 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde.

Portugal aumenta verbas para área da Defesa

Portugal vai dedicar, em 2020, 1,63% do seu Produto Interno Bruto (PIB) à Defesa, perto da meta estipulada pelo Governo para 2024 e mais do que 1,4% do ano passado, mas ainda abaixo dos 2% pedidos pela NATO.

Em conferência de imprensa a anteceder a reunião por videoconferência dos ministros de Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, sigla em inglês), na quinta e sexta-feira, o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, divulgou dados sobre a contribuição dos países-membros para esta área, falando num aumento das verbas apesar da pandemia de covid-19, segundo os dados ainda provisórios.

“Hoje divulgamos as estimativas de despesa dos países-membros com Defesa para 2020 e, pelo sexto ano consecutivo, haverá um aumento das contribuições, uma subida real de 4,3%”, declarou Jens Stoltenberg aos jornalistas.

Apesar de reconhecer a pressão sobre as contas públicas dos países devido à pandemia de covid-19, o responsável disse esperar que “esta tendência continue e que os aliados continuem a investir mais” neste setor, frisando que a crise sanitária “não fez com que os desafios desaparecessem”.

No caso de Portugal, a percentagem do PIB alocada a este setor deverá ser de 1,63% do PIB em 2020, segundo os dados preliminares. Esta contribuição tem vindo a aumentar desde 2017, tendo passado de 1,24% nesse ano para 1,35% em 2018 e para 1,39% em 2019. O objetivo traçado pelo Governo português era de chegar aos 1,41% da riqueza nacional no ano passado.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Tem razão, a batalha contra o covid vai ser dura e precisamos de todos os militares disponíveis para matarem o virus!
    Concordam comigo?

    • Ou seja……”investimento nas F.A (é tão relevante) como na Saúde das F.A . Assim é que está bem !… O SNS para Civis, terá de se contentar com o que tem !

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