Muitos ministros estarão a olhar para Fernando Alexandre para ver como se faz. Porque a política não tem de ser “mentirinhas”.
Fernando Alexandre foi um protagonista natural nesta quinta-feira, dia oficial do início do ano lectivo nas escolas públicas portuguesas.
O ministro da Educação não escondeu que há problemas por resolver no sector.
Sobretudo um: “É um problema que, felizmente, hoje tem a visibilidade que merece: a gravidade do número de alunos sem aulas, que é elevadíssimo“.
O ministro lembrou que está a decorrer uma operação logística “muito complexa” e que o Governo está a tentar que este ano lectivo seja melhor do que o anterior.
Mais tarde, na CNN Portugal, declarou que é “inaceitável” haver 20 mil alunos sem uma disciplina e criticou um sistema educativo que “não está centrado no aluno”.
Admitiu que as medidas já tomadas por este Governo podem não ser suficientes e ainda: “Continuamos a ter falhas graves. Temos de as resolver”.
O ministro também fez algo que não é muito habitual entre governantes: quando não sabia, disse mesmo que não sabia.
Esse foi um facto destacado por Ana Sanlez, que acha que ouvir o ministro da Educação é “bastante refrescante”.
“Fernando Alexandre não é um político. E se calhar ainda bem que não é. Não tem aquela arrogância de muitos políticos. É muito claro nas ideias que transmite, é honesto a reconhecer problemas, que vai ser difícil resolvê-los”, analisou a comentadora na rádio Observador, que falou sobre ideias “coerentes e ajustadas” do ministro.
Para a editora de economia, Fernando Alexandre terá sido uma das escolhas mais acertadas de Luís Montenegro para compor o Governo. “Não anda à pesca do auto-elogio, deixou até elogios ao Governo anterior em algumas matérias, tem condições para deixar um legado muito mais positivo do que muitos dos seus mais recentes antecessores”, acrescentou.
José Manuel Fernandes seguiu esse discurso e foi mais longe: “Os outros ministros deveriam pôr os olhos em Fernando Alexandre“.
Em vez de estarmos a discutir salários, professores, “estamos a discutir educação: alunos estrangeiros, creches, alunos sem aulas, papel da escola pública… Há tanto tempo que isso não acontecia“.
“A política não tem de ser feita de máscaras, de mentirinhas e de disfarces, de os políticos se apresentarem como super-homens”, analisou.
Está a fazer um excelente trabalho! Só que depois de tantos anos a atacarem, denegrirem e gozarem com a escola pública em Portugal, não se reconstrói a realidade de um dia para o outro.