Ministro da Defesa da China “ausente” em parte incerta. É o terceiro nas últimas semanas

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How Hwee Young / EPA

Li Shangfu, Ministro da Defesa da China

O Ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, não é visto em público desde o fim do mês de agosto, alimentando especulações sobre o seu paradeiro e possível substituição no cargo.

Segundo fontes próximas de Pequim citadas pelo Wall Street Jounal, Li Shangfu foi “levado para interrogatório” na semana passada.

De acordo com fontes de inteligência norte-americanas, o Ministro da Defesa chinês terá sido destituído do seu cargo.

No entanto, os canais oficiais, incluindo os sites do Conselho de Estado e do Ministério da Defesa Nacional da China, ainda apontam Li como ministro da Defesa e conselheiro de estado, sem alterações anunciadas ao seu estatuto.

O súbito desaparecimento de Li parece ser o mais recente titular de um alto cargo na China a ser alvo da “purga” que o presidente Xi Jinping tem estado a fazer na hierarquia governamental e militar do país.

Em julho, após alguns dias de ausência, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, foi destituído sem qualquer explicação prévia.

Em agosto, o comando militar que gere o arsenal nuclear da China passou pela mais significativa transformação de liderança não planeada em quase uma década. Várias das suas chefias foram substituídas, e é desconhecido há meses o paradeiro do general Li Yuchao, que liderava a unidade, e do seu adjunto.

Sob a liderança de Xi Jinping, o Exército de Libertação Popular (PLA) tem sido alvo de significativas reformas e purgas anti-corrupção, considerada uma “preocupação significativa, que afeta as suas capacidades operacionais.

Em 2019, Fang Fenghui, membro da Comissão Militar Central do Partido Comunista, foi condenado a prisão perpétua por corrupção, na sequência da que foi considerada na maior purga na China desde Mao Tsé-Tung.

No entanto, há indicações de que os problemas internos no PLA talvez sejam demasiado complexos para que Xi os consiga resolver de forma eficaz.

O papel de Li como ministro da Defesa é principalmente diplomático, sem responsabilidades diretas em operações de combate. No entanto, a sua súbita ausência e o paradeiro incerto de outros altos funcionários chineses está a levantar alguma preocupação entre analistas e diplomatas estrangeiros.

Segundo Rahm Emanuel, embaixador dos Estados Unidos no Japão, a tendência de desaparecimento de funcionários chineses faz lembrar um romance de Agatha Christie— ou uma peça de Shakespeare.

“Como escreveu Shakespeare em ‘Hamlet’, algo está poder no Reino da Dinamarca”, comentou o embaixador norte-americano numa publicação no Twitter.

ZAP //

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