Esta é a maior mudança nos comandos militares da China desde 2014 e faz parte do esforço de Xi Jinping de garantir a lealdade total das fileiras ao partido.
O comando militar que gere o arsenal nuclear da China passou pela mais significativa transformação de liderança não planeada em quase uma década, com os líderes da unidade de elite a terem sido supostamente substituídos.
Os paradeiros do General Li Yuchao, que liderava a unidade Rocket Force do Exército de Libertação Popular (PLARF), e do seu adjunto, continuam desconhecidos após meses, de acordo com a BBC.
O ex-chefe adjunto da marinha, Wang Houbin, e o membro do Comité Central, Xu Xisheng, foram nomeados como os seus sucessores. Tanto Wang como Xu foram promovidos de general-tenente a general, que na China corresponde ao cargo mais alta para os oficiais no ativo.
O PLARF, estabelecido em 2016, é uma das divisões militares mais importantes da China, supervisionando os mísseis balísticos convencionais e nucleares baseados em terra do exército.
A força tem várias bases localizadas estrategicamente perto do estreito de Taiwan e seria fundamental em qualquer tentativa de anexação potencial da ilha autónoma. Isto torna a nomeação de dois generais sem experiência na força ainda mais surpreendente.
Lyle Morris, especialista em política externa e segurança nacional do Asia Society Policy Institute, sugere que a mudança é um sinal de que Xi Jinping quer o controlo absoluto sobre o PLA e está a tentar reprimir a corrupção. “Xi ainda está preocupado com a corrupção nas fileiras e sinalizou que a lealdade absoluta ao [partido] ainda não foi alcançada”, refere.
Este desenvolvimento coincide com a recente substituição do antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gan. Qin também esteve ausente de compromissos públicos durante um mês antes de ser substituído pelo seu antecessor, Wang Yi.
No meio destas mudanças, Xi enfatizou a necessidade de manter a liderança absoluta do partido sobre as forças armadas numa reunião no mês passado. Há relatos que sugerem que o braço anticorrupção da Comissão Militar Central pode ter feito uma investigação sobre os Generais Li e Liu, bem como o antigo adjunto do General Li, Zhang Zhenzhong.
A mudança súbita de liderança faz lembrar a purga abrangente entre as fileiras militares da China em 2014, quando os antigos vice-presidentes da Comissão Militar Central, Xu Caihou e Guo Boxiong, foram processados por corrupção.