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Ministro da Administração Interna não emitiu despacho de alerta para a Leslie

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Tiago Petinga / Lusa

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita

Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interna, não emitiu o despacho de alerta que podia reforçar os meios de proteção e socorro durante a tempestade que atingiu Portugal. A decisão poderia ter tido impacto junto das populações.

De acordo com a Sic Notícias, o Ministro da Administração Interna não emitiu o despacho de alerta para a tempestade Leslie que poderia ter tido maior reflexo no terreno, junto das populações e dos meios.

Mesmo depois dos avisos meteorológicos acionados em território português, motivados pela aproximação da tempestade, Eduardo Cabrita optou por não emitir o decreto de situação de alerta que permitiria reforçar os meios de proteção contra o furacão que evoluiu para uma tempestade tropical ao entrar em Portugal.

Este tipo de despachos são emitidos pelo ministério da Administração Interna e, durante os incêndios de 2017, um despacho foi emitido pelo gabinete que permitiu acionar mais meios de combate e ajuda para a GNR e PSP.

Em agosto deste ano, Eduardo Cabrita também assinou um despacho por causa dos alertas de incêndio e, graças a esse despacho, as Forças Armadas foram chamadas para patrulhar as florestas.

Sobre a não emissão do despacho para a Leslie, em declarações à SIC, a Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Proteção Civil (ASPROCIVIL) afirmou que, dado os alertas prévios, “este despacho não se afigurava tão importante quanto isso“.

Segundo o Observador, se o alerta tivesse sido emitido, o decreto permitiria uma resposta nacional ou local e ficaria ativo durante um período de tempo previamente delineado.

À Sic Notícias, o ministro da Administração Interna não respondeu sobre o facto de não ter emitido o despacho apesar de terem resultado mais de duas mil ocorrências e 28 feridos da passagem da tempestade.

Horas depois do silêncio do ministro, a resposta chegou por escrito afirmando que competia às autarquias “impedir a circulação ou condicionar a realização de eventos”.

O presidente da ASPROCIVIL, Ricardo Ribeiro, relativizou a questão afirmando que “neste contexto, como havia um alerta prévio face àquilo que acontecia, e havia um alerta vermelho que devia ter a correspondência por parte dos serviços municipais e dos serviços públicos, este despacho não se afigurava tão importante quanto isso“.

Segundo o Jornal I, a tempestade causou mais de 80 milhões em prejuízos – um número oito vezes superior aos grandes incêndios da serra de Monchique, que lavraram este ano.

ZAP //

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