Ministra da Saúde não espera por inspeções para tomar medidas

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Miguel A. Lopes / LUSA

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins

Ana Paula Martins diz que a IGAS “até responde em tempo recorde” e que “não é afastando as pessoas que vamos encontrar soluções”.

A ministra da Saúde afirmou nesta quarta-feira não estar à espera dos resultados de inspeções para tomar as medidas necessárias em casos como o da dermatologia de Santa Maria, onde um cirurgião ganhou milhares de euros em produção adicional.

“Não vou desistir de fazer aquilo que temos para fazer. E, portanto, nem o senhor diretor executivo, nem os presidentes dos Conselhos de Administração de todas as ULS do país, ninguém está à espera da IGAS [Inspeção-Geral das Atividades em Saúde] para tomar as medidas que têm que ser tomadas”, declarou Ana Paula Pires na Comissão de Saúde.

A governante respondia a críticas da deputada do PS Mariana Vieira da Silva, que afirmou que o parlamento está a aguardar “respostas sobre um conjunto de temas, não para aguardar a inspeção da IGAS”.

“Respeito muitas inspeções, mas há muitas coisas para além das inspeções (…) e, por isso, precisamos de respostas para compreender as opções políticas e as opções de gestão que podem ser tomadas”, disse a deputada socialista, salientando que, neste momento, a produção adicional está congelada no Hospital Santa Maria, “enquanto se aguarda que se compreenda o que se passou e isso traduz-se em mais tempos de espera para aqueles que aguardam”.

Ana Paula Martins destacou a importância das inspeções quando está em causa uma “suspeita de infração”, como neste caso, e frisou que, “antes de as pessoas serem culpabilizadas por infrações, têm o direito de se defender”.

Salientou ainda que o Ministério da Saúde, através da IGAS, “é bastante rápido”, notando que há outros órgãos, que também fazem parte da democracia, “que levam bem mais tempo a responder”.

“A IGAS até o faz em tempo recorde”, disse, ressalvando não estar a defender a Inspeção, que tem autonomia, “mas tem feito um bom trabalho”.

Assegurou ainda que não irá culpar “a pessoa A ou B, o médico A ou B, enquanto essas infrações não forem provadas”.

Na audição requerida pela Iniciativa Liberal e pelo Chega sobre a produção adicional do Serviço de Dermatologia da Unidade Local de Saúde Santa Maria, a ministra adiantou que o relatório da IGAS “está para breve”.

“Quando esse relatório acontecer, obviamente são tiradas conclusões” disse, acrescentando em resposta a Mariana Vieira da Silva: “Já sei que quer soluções, é exatamente isso que nós estamos a fazer: (…) encontrar soluções para os problemas”.

“E não, não é afastando as pessoas que vamos encontrar essas soluções”, frisou em resposta à deputada socialista, que acusou a ministra da Saúde de “quando acontece alguma coisa, responsabilizar alguém e depois, umas vezes afasta essa pessoa, outras vezes só se queixa dela e no fim lamenta”.

“Perante um facto, a senhora ministra apresenta uma medida nova que diz que vai resolver todos os problemas, que depois ou nunca se concretiza ou não dá os resultados esperados e a senhora ministra lamenta”, criticou.

Em resposta, Ana Paula Martins disse ter muitas críticas à sua governação e sempre resistiu a elas.

// Lusa

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