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Militares da GNR dizem que “estrada da morte” não foi cortada por falta de meios

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Miguel A. Lopes / Lusa

Pelo menos 30 pessoas morreram no interior dos carros no IC8 durante o incêndio em Pedrógão Grande

A Associação dos Profissionais da Guarda está revoltada com alguns comentários sobre a atuação da GNR no incêndio em Pedrógão Grande e diz que a falta de militares no terreno e as falhas no SIRESP travaram o corte da N236.

Em declarações à TSF, César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, afirma que muitos militares estão indignados com os comentários ao trabalho da GNR e com a própria ministra da Administração Interna, que abriu um inquérito “parecendo dar logo à partida responsabilidades aos guardas que estiveram no local”.

O presidente da associação explica que, depois de recolhidos vários elementos, se confirma que em cada um dos três concelhos afetados – Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra – existiam apenas dois homens num carro patrulha.

À rádio, o representante dos militares da GNR contou ainda que o posto de Pedrógão Grande só tem 15 pessoas e deveria ter o dobro, sendo que, com as escalas, folgas e férias, naquele dia só estavam dois agentes de patrulha e mais um no posto. Esta situação, aliada às falhas no SIRESP, provocou um cenário de “falta de meios”.

“Quem não cortou a estrada não o fez porque não tinha informação”, afirmou, referindo-se à estrada nacional 236, onde morreram mais de 40 pessoas.

Para César Nogueira, este problema poderia ser facilmente resolvido se metade dos 23 mil guardas da GNR não estivessem “em gabinetes” a exercer funções burocráticas ou administrativas.

O responsável contou ainda à rádio que, apesar do acompanhamento psicológico que estão a receber, alguns dos militares envolvidos no incêndio, que tirou a vida a 64 pessoas, meteram baixa psicológica.

Estão “tremendamente afetados”, ainda por cima porque “estão a tentar colocá-los num imbróglio como se fossem culpados de tudo e mais alguma coisa”, apontou à TSF.

ZAP //

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12 Comments

  1. Estou farto de dizer o mesmo que este sr. e tenho de bater palmas ao comentário acerca dos militares em gabinetes a tratar de papelada. Agora quer-se arranjar culpados em quem ainda tentou fazer alguma coisa com os meios que tinha. Toda a gente conhecedora deste país sabe perfeitamente a falta de meios com que a GNR trabalha no terreno, com postos fechados, outros com patrulhas que não podem fazer patrulha para não deixar o quartel vazio, outras que têm de fazer patrulhas nos carros da Escola Segura porque como são pagos por outro ministério ainda há algum dinheiro para por combustível, falta de dinheiro para efetuar a manutenção de veiculos, etc etc etc. Muita coisa está mal neste país para que a 230 deputados, membros de governo, presidentes de câmaras, acessores e etc não falte o dinheiro na conta ao fim do mês.

  2. Neste país á falta de meios e dinheiro p/ tudo que é ESSENCIAL, só não á falta de meios e dinheiro p/ a porcaria dos politicos e governantes. Para estes á dinheiro p/ tudo, porque eles vão p/a politica por DINHEIRo directo ou indirecto, não vão p/ a politica nem p/ os governos pelo bem do povo mas sim pelo bem deles. A prova viva disso é que por onde os politicos passam matam tudo e todos são como o fogo !…

  3. Se os sindicaleiros, que são muitos, lá estivessem, por certo tinham, não só cortado a estrada, como apagado o fogo. Os sindicaleiros e os jornaleiros…

    • Não duvido que a GNR tenha falta de meios. No entanto, concordo com o comentário do Lv e acrescento ainda, aqueles que com a máquina oculta entre os arbustos fora da estrada, estão escondidos umas dezenas de metros à frente, para passar a multa aos condutores dizendo-lhes que é prevenção…
      Em relação à declaração à TSF, de César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da GNR, onde diz “que o posto de Pedrógão Grande só tem 15 pessoas” e segundo ele só estavam de serviço 3 agentes escalados ( dois de patrulha e um no posto), pergunto onde estavam os outros 12? De folga? de férias?…

  4. Aliado a este cenário de falta de meios da GNR podemos colocar ainda que os bombeiros são na maioria voluntários. Atenção que não estou a desprezar o trabalho dos bombeiros voluntários pois eles dão do seu tempo e muitas vezes até a vida nestas ocasiões em prol de todos…todos sabemos que os veículos e equipamentos dos bombeiros também estão a cair muitas vezes de maduro…tem carros de combate aos incêndios que deitam mais água por baixo do que pela mangueira…
    Já diz o ditado quem não tem cão caça com gato…mas não é a mesma coisa como todos sabemos!

    • Na verdade a expressão correcta é mesmo: QUEM NÃO TEM CÃO CAÇA COMO GATO. Por outras palavras, caça sozinho. E sim.. eu escrevo o “correcto” e não correto porque estes ignorantes políticos que além de desviarem o essencial do acessório ainda conseguiram minar a nossa tão bela língua.
      Quanto ao incêndio … tenho realmente muitas dúvidas… muitas dúvidas mesmo, que tenha sido um incêndio natural. E se dispusessem meios suficientes não precisaríamos de gastar perto de mil milhões de euricos lindos a combater incêndios e em simultâneo dávamos emprego a muita gente e ainda assim ficaria muitíssimo mais barato do que investir mil milhões de desperdícios…

  5. Em 2015 foram adquiridas 10 viaturas de combate a incêndio florestais por cerca 2.5 M€ que em fogos desta dimensão são impotentes. Se desses 2.5 M€ se pusessem 1 M€ de parte, quantos salários com subsídios se pagariam durante 1 ano a pessoal que ordenasse as florestas com os restantes 1,5 M€??? Alguns… Não? E há tantos desempregados… E se além disso os militares que têm a maquinaria necessária nos Regimentos de Engenharia dessem uma ajuda?? Certamente que aquela estrada da morte estaria com as bermas livres antes da mortandade. Como a notícia diz é óbvio que sem informação, meio de comunicação e pelo menos duas pessoas para enviar e receber a informação os sinais de fumo não funcionam…

  6. Para passar multas estão reunidas todas as condições, sobre a estrada da morte não há comunicações porque???, tem piada, os índios na América para comunicar faziam sinais de fumo, atualmente existe as frequências dos Rádios Amadores e o contacto via satélite serve para que???. Já que os repetidores VHF UHF GHF colocados no topo das serras poderão ter sido danificados pelos incêndios.
    Em memória das Vitimas, Faça-se justiça Doa a quem Doer.
    Firmino

  7. Hora se a GNR não tentasse se substituir ao INEM, criando brigadas com Ambulâncias, não tentasse substituir a Policia Marítima com Brigadas Costeiras, não tentasse substituir os bombeiros com brigadas de sapadores, não tentasse substituir o SEF com brigadas fronteiriças e muito mais, de certeza que não faltava militares para aquilo que é realmente as suas competências.

  8. Não entendo, as anteriores notícias é que a GNR tinha cortado o auto-estrada e encaminhado o trânsito para a que foi posteriormente chamada “estrada da morte”. O que é que isto tem a ver com a falta de meios?
    Depois veio a notícia que a GNR apenas tinha cortado o auto-estrada, não encaminhando o trânsito para estrada nenhuma, quer dizer, os veículos que foram pela “estrada da morte” foram por sua “conta e risco”. Aqui já “sacudiram a água do capote”.
    Agora estão a fazer crer que não cortaram a estrada onde o povo morreu por falta de meios? Mas tiveram meios para cortar a auto-estrada?
    Que grande trapalhada, eu devo estar a entender tudo errado… É a opinião de um idiota que não entende nada do que lhe dizem, a minha pessoa (não escrevo “eu” para não haver confusões).

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