Dezenas de milhares de franceses protestaram hoje, pela quinta semana consecutiva, em várias cidades, contra as restrições impostas para conter a pandemia, sobretudo, contra a “ditadura” do certificado de saúde.
“É uma espécie de ditadura”, reclamaram vários manifestantes em cidades como Paris, Marselha, Lyon Nantes ou Montepellier.
O certificado de saúde consiste num código, emitido pelas autoridades, que garante a entrada em hospitais, cinemas, museus, comboios e alguns espaços públicos.
Este documento é atribuído quando uma pessoa completou a vacinação contra a covid-19, apresenta um teste de antígeno ou PCR negativo com 72 horas de validade ou já está curada da doença.
“Estou a lutar contra esta ditadura em que a França, o país das liberdades, se tornou”, afirmou um dos lideres dos protesto que partiu da Praça da Bolsa (Paris), Carlo Alberto Bursa.
Além deste, verificaram-se mais duas manifestações só na capital francesa – uma promovida pelo partido de extrema-direita “Os Patriotas” e outra pelo movimento “Coletes Amarelos”.
Nos protestos que, até ao momento não tiveram incidentes, registaram-se palavras de ordem contra a política do Presidente Emmanuel Macron.
As Galerias Lafayette, Printemps, BHV, Le Bom Marche e la Samaritaine foram alguns dos espaços abrangidos pela introdução do certificado sanitário como medida de controle, a partir de segunda-feira.
Os centros comerciais parisienses Italie 2, Centre Beaugrenelle e Vill’up bem como o centro comercial Aéroville perto do aeroporto Roissy-Charles-de-Gaulle, vão também recorrer a esta medida. O documento terá ainda que ser apresentado nos três aeroportos de Paris – Roissy, Orly e Le Bourget.
Na quarta-feira, o Governo estendeu o uso do passe a empresas com mais de 20.000 metros quadrados (m2), em zonas com uma taxa de incidência superior a 200 casos semanais por 100.000 habitantes.
No total, são mais de 104 os centros e lojas afetados por esta decisão, segundo uma contagem da Agência France Presse (AFP).
A covid-19 provocou pelo menos 4.333.013 mortes em todo o mundo, entre mais de 205,3 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da AFP, divulgado na sexta-feira.
// Lusa