Milhares de manifestantes atacaram, esta terça-feira, a embaixada dos EUA em Bagdade, queimando bandeiras, derrubando câmaras de vigilância e gritando “morte à América”.
O ataque ocorreu após participantes da procissão fúnebre de 25 combatentes mortos nos ataques aéreos de domingo terem conseguido passar por todos os postos de controlo da chamada Zona Verde de Bagdade, onde a embaixada está localizada, sem incidentes, mas as forças de segurança iraquianas intervieram às portas da embaixada e os manifestantes tornaram-se violentos.
Segundo a AFP, os manifestantes são homens de uniforme de combatentes do Hachd al-Chaabi, uma aliança de paramilitares dominados por fações xiitas pró-iranianas às quais pertencem as brigadas do Hezbollah, a fação alvo dos ataques, mas também mulheres agitando bandeiras iraquianas e do Hachd.
Carregando cartazes a defender que “o Parlamento deve libertar as tropas norte-americanas, caso contrário, vamos libertá-las” e “fechar a embaixada norte-americana em Bagdade”, os manifestantes gritaram “a América é o grande Satanás”.
O sentimento anti-americano foi reacendido por ataques em retaliação pela morte de um empreiteiro norte-americano num ataque de foguete contra uma base iraquiana, não reclamado, mas atribuído por Washington à fação xiita das brigadas do Hezbollah.
Hachd al-Chaabi, que ajudou o Governo iraquiano na luta anti jihadista, foi integrado às forças regulares.
Pelo menos 25 combatentes morreram nos ataques de retaliação dos EUA na fronteira entre o Iraque e a Síria, anunciou uma milícia apoiada pelo Irão, que prometeu vingança pela “agressão dos corvos norte-americanos do mal”. Um anterior balanço apontava para 19 combatentes mortos nos ataques aéreos dos Estados Unidos a bases de uma fação armada pró-iraquiana no oeste do Iraque.
Os ataques perto de Alcaim, uma cidade iraquiana na fronteira com a Síria, onde as Brigadas do Hezbollah no Iraque e na Síria combatem ao lado do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, provocaram “25 mortos e 51 feridos — combatentes e comandantes — e o balanço ainda pode aumentar”, indicou a Hachd al-Shaabi, organização de milícias paramilitares formada para combater o grupo extremista Estado Islâmico.
No Twitter, Donald Trump acusou o Irão de ter orquestrado o ataque. “O Irão matou um empreiteiro norte-americano e feriu muitos outros. Respondemos com força, e iremos sempre fazê-lo. Agora o Irão está a orquestrar um ataque à embaixada dos Estados Unidos no Iraque”. Trump garantiu que os iranianos serão “totalmente responsabilizados” e disse esperar que o “Iraque usasse as suas forças para proteger a embaixada” norte-americana.
As brigadas, também conhecidas como Kataeb Hezbollah, são uma força independente do grupo libanês com o mesmo nome e operam sob um conjunto de milícias, muitas apoiadas pelo Irão, conhecidas coletivamente como Forças Populares de Mobilização.
ZAP // Lusa