Mais de metade das candidaturas ao programa Porta 65, que se destina ao apoio do arrendamento jovem, foram recusadas nos dois primeiros dois concursos.
Os números são avançados esta segunda-feira pelo Jornal de Notícias, que dá conta que, no ano passado, a taxa de reprovação das candidaturas fixou-se nos 65%.
O JN ouviu especialistas e chegou à conclusão que as rendas máximas admitidas no programa do Governo estão desfasadas, havendo diferenças que chegam aos 86%. Por exemplo, um jovem que queira arrenda um T1 com ajuda do Porta 65, precisa de encontrar uma habitação até 463 euros no Porto ou 575 euros em Lisboa.
De acordo com os valores apresentados pelo matutino na sua edição impressa desta segunda-feira, as rendas para um apartamento desta tipologia situava-se em 702 euros no Porto e 1.007,5 euros na capital.
As famílias também têm dificuldades: quem procurar um T3 não encontra os preços que constam no programa, sendo que os valores de mercado fixaram-se 74% acima dos 748 euros pedidos no programa jovem.
Há duas semanas, o ministro da Habitação revelou que o Governo vai destinar 20 milhões de euros para o Porta 65 Jovem. Este montante, que consta do Orçamento do Estado (OE) para 2020 é cerca de dois milhões de euros superior ao previsto no OE para 2019.
“No OE temos 20 milhões de euros para o Porta 65 Jovem, mais dois milhões de euros do que em 2019”, disse Pedro Nuno Santos, durante uma audição no Parlamento. Para o ministro, este valor não é suficiente, mas é superior ao previsto no OE2019. “Queríamos mais, mas é mais do que no ano anterior”, disse.