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Mesmo que perca as legislativas, Rui Rio quer ficar no PSD

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PSD / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

Rui Rio pretende continuar à frente do PSD mesmo que perca as legislativas de outubro. O líder do PSD não se demitiu depois da derrota nas eleições europeias.

O ex-número dois do PSD, Jorge Moreira da Silva, disse que, “em condições normais, deveria ocorrer uma mudança de liderança do PSD por iniciativa do próprio presidente”, depois do resultado “desastroso” de domingo.

Porém, Rio não tenciona demitir-se nem que perca as legislativas. O único cenário, escreve o Expresso, em que pondera afastar-se por iniciativa própria – e não é garantido – é se o PS conseguir maioria absoluta — em qualquer outro cenário, a sua intenção é recandidatar-se à chefia do partido.

Antecipando os tempos conturbados pós-legislativas, Rio já começou a preparar uma limpeza no grupo parlamentar. Esta semana, na primeira reunião da Comissão Política do PSD após as europeias em que o partido teve o pior resultado da sua história, nem Rio nem os restantes dirigentes perderam muito tempo a analisar o que correu mal.

O líder do PSD reconheceu que é preciso mudar alguma coisa na comunicação, e houve quem notasse o afundamento do PSD nas zonas urbanas (16,4% no distrito de Lisboa, 23,3% no Porto), mas a ordem foi olhar para a frente, abrindo o processo de escolha dos candidatos às legislativas.

As estruturas locais devem apresentar propostas no mês de junho. Um dos preceitos é a “lealdade” em relação à orientação estratégica da atual direção. Desta forma, todos os críticos de Rio podem ser corridos do grupo.

Em declarações ao Expresso, Pedro Duarte, crítico de Rio que há um ano o desafiou a marcar eleições diretas, sublinhou a importância de listas que deem sinais de unidade.

“O PSD vive um estado de emergência, pelo que todos devem fazer um esforço em prol da unidade. O líder deve colaborar neste espírito de unidade, deve procurar agregar e não excluir, somar e não subtrair. Deve chamar para o seu projeto aqueles que divergiram da sua estratégia, nomeadamente convidando-os para as listas de deputados.” Pedro Duarte sublinha que está “à vontade para defender isto porque, por razões profissionais”, se auto-exclui das listas.

O mandato de Rui Rio termina em março de 2020, e a primeira certeza é que será cumprido até ao último dia. Em 2009, depois de ter perdido as legislativas contra Sócrates, Manuela Ferreira Leite fez o mesmo: em vez de encurtar o mandato, manteve o lugar até ao fim. A diferença é que perdeu as eleições e não se recandidatou, enquanto Rio entende que pode continuar a liderar mesmo derrotado.

Se Costa não tiver maioria absoluta, esse facto será apresentado como meia vitória. O plano está traçado. David Justino, vice-presidente do PSD, avisou em janeiro de 2018 que o partido “tem de estar preparado para segurar um líder mesmo que perca eleições” e disse que “se é necessário lutar contra a história, luta-se”, para manter um líder perdedor.

“Se a estratégia está bem construída, se o desempenho foi bom”, defendeu, “não podemos estar condenados a uma espécie de determinismo político de dizer que quem perde tem de se ir embora”.

Jorge Moreira da Silva foi o único dos possíveis candidatos à liderança a apontar responsabilidades a Rio pelo resultado de domingo.

ZAP //

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