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“Este mês é perigosíssimo!” Costa avisa que “não podem ir à terra e ao Algarve” na Páscoa

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Mário Cruz / Lusa

O secretário-geral do Partido Socialista (PS) e cabeça de lista por Lisboa, António Costa

“As pessoas não podem ir à terra!” O alerta é de António Costa que avisa que este mês de Abril “é perigosíssimo” por causa da Páscoa, admitindo “apertar mais um bocadinho” as medidas. O primeiro-ministro recomenda também aos emigrantes que não venham passar a quadra com a família, para evitar a propagação de Covid-19.

Alertas feitos por Costa durante uma entrevista à apresentadora Cristina Ferreira no seu programa matinal na SIC. O primeiro-ministro foi à “casa” da apresentadora na televisão para realçar que “este mês é perigosíssimo” porque se assinala a Páscoa.

“Vamos ter de viver a Páscoa de forma radicalmente diferente”, constata Costa, frisando que “as pessoas não podem ir à terra”. “Se os nossos números são bons devem-se à disciplina dos portugueses”, realça o primeiro-ministro.

O governante deixa também um pedido aos emigrantes portugueses, reconhecendo que é “uma coisa duríssima, mas que é preciso dizer”. “Este ano não venham”, pede Costa, lembrando-lhes que “se vierem, não podem sair de casa”.

“Não é uma época para grandes jantaradas”, considera ainda o primeiro-ministro, sublinhando que as “famílias numerosas vão ter que estar juntas separadas, cada uns nas suas casas”.

Costa admitiu ainda a possibilidade de as escolas, ou pelo menos algumas, poderem abrir, “porventura, no início do mês de Maio“. Isso poderá ocorrer no melhor dos cenários, mas a decisão sobre as escolas e a forma como vai ser o terceiro período só vai ser tomada no início da próxima semana. Certo é que o Governo vai manter “a regra” em que tem apostado, “máxima contenção com o mínimo de perturbação”, como realça António Costa.

O primeiro-ministro salienta a importância de “salvar o ano” lectivo num “ano absolutamente extraordinário”. Costa frisa que não é importante apenas a “justiça na avaliação”, mas também garantir “as melhores oportunidades” a todos e as “aprendizagens”. “Não podemos perder anos”, considera ainda.

Entretanto, o Governo vai “continuar a desenvolver através das escolas todas as plataformas digitais” e a “estudar ao máximo todas as possibilidades” para que os estabelecimentos de ensino possam ir abrindo gradualmente.

“Temos de ser sinceros uns com os outros, não sabemos se vamos estar um, dois ou três meses nesta situação. Isto é assustador para todos“, acrescenta o primeiro-ministro, admitindo que podem ser tomadas novas medidas no âmbito do Estado de Emergência. Certo é que este deve ser ampliado nesta quinta-feira por Marcelo Rebelo de Sousa, assume Costa.

O primeiro-ministro também avisa que o Governo vai assumir medidas “mais claras nesta altura da Páscoa”. “As pessoas não podem ir à terra e ao Algarve. Possivelmente, vamos ter de apertar mais um bocadinho nas medidas”, sustenta.

“Vamos viver mais um Inverno com o vírus e sem vacina”

Costa também destaca que “não vai haver vacinas antes da Primavera, Verão do próximo ano”. Por isso, é certo que “vamos viver pelo menos mais um Inverno com o vírus e sem vacina”, alerta, salientando que, entretanto, é preciso “conter a mola para que não haja uma situação de contaminação generalizada”. Algo que “seria dramático para o Sistema de Saúde e para a vida das pessoas”, diz.

Quanto à falta de material no Serviço Nacional de Saúde (SNS), Costa refere que “há uma luta mundial por ventiladores, por óculos, viseiras, máscaras, por tudo”. É uma “luta brutal em todo o mundo” porque “objectivamente não há” material, salienta Costa.

O primeiro-ministro repara que o mundo está “a pagar a factura” pelo facto de “grande parte” dos produtos que são necessários nos serviços de saúde “serem produzidos num único país”, a China, que esteve parada devido à pandemia.

Neste âmbito, o governante destaca o facto de a indústria portuguesa estar a transformar-se para produzir ventiladores, viseiras, máscaras, entre outros equipamentos.

Por fim, o primeiro-ministro reforça o apelo à disciplina. “Eu quando vou ao médico queixar-me, aceito o diagnóstico e faço o que ele manda“, diz, frisando que, neste caso, “o médico é a DGS”, ou seja, a Direcção Geral de Saúde.

Costa realça que é preciso evitar, a todo o custo, que o SNS entre em ruptura, o que obrigará a que seja necessário tomar decisões difíceis, nomeadamente decidir quem deve ser ou não tratado.

ZAP //

8 Comments

  1. O sr. Pedro Coelho dizia que vinha o Diabo e seria ele o responsável pela calamidade, o sr. António Costa diz que é o vírus e a China.

    Ao ponto a que chegamos.

  2. Seria interessante que a tal Grande Parte dos produtos necessários aos serviços de saúde, deixassem de ser produzidos num único país.
    Talvez a Europa acorde.

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