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Merkel manda retirar quadros de pintor nazi que tinha no seu escritório

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Daniel Kopatsch / EPA

A chanceler alemã Angela Merkel

Os quadros do expressionismo alemão Emil Nolde que estavam pendurados no gabinete pessoal de Angela Merkel foram todos retirados porque a ainda Chanceler alemã descobriu que o artista era um forte apoiante do nazismo.

De acordo com o jornal El Español, Merkel emprestou as obras em questão à exposição “Emil Nolde: uma lenda. O artista e o nacionalismo”, que estreou em abril, no Hamburger Bahnhof , e termina no próximo domingo. Nessa mesma exposição explicava-se a forte admiração que Nolde tinha pelo nazismo e isso ditou que as obras já não regressassem ao escritório de onde tinham saído.

As obras (“Brecher” e “Meer Bei Alsen”) decoravam o gabinete de Merkel praticamente desde o primeiro dia em que a líder alemã assumiu funções. “Brecher” esteve pendurado entre os anos de 2006 e 2013 e “Meer Bei Alsen” até serviu de fundo para um dos retratos da Chanceler que mais foi usado pela imprensa germânica.

Merkel já tinha dito à revista especializada Art que nutria uma especial admiração pelos quadros deste pintor expressionista. Há quem diga que Nolde era o seu pintor favorito.

“Emil Nolde conseguiu criar uma maravilhosa representação de um espetáculo natural gigante”, disse a Chanceler nessa altura, referindo-se ao quadro “Brecher”, que mostra uma paisagem costeira.

A presença dos quadros na Chancelaria Federal foi algo muito celebrado pelos responsáveis de velar pelo legado artístico de Nolde. Christian Ring, o presidente da Fundação Ada e Emil Nolde, celebrou o destaque dado ao artista, na altura, mas agora foi ele também que passou a ser responsável pela saída das obras do gabinete de Merkel, já que foi um dos responsáveis pelo trabalho de investigação que percebeu as ligações de Nolde com o nazismo.

A exposição não deixa dúvidas da sua paixão pelo movimento de Adolf Hitler — o pintor inscreveu-se no partido em 1934.

A fundamentação destas alegações devem-se a várias provas encontradas nos últimos tempos como a correspondência que Nolde trocou com a mulher, Ada, algures nos anos 40, durante a II Guerra Mundial, conflito que o pintor descrevia como uma “guerra judia”.

Numa carta de 25 de maio de 1943, Nolde escreveu: “Esta espantosa guerra foi iniciada e financiada por um punhado de judeus sorridentes escondidos atrás dos grandes governos e bancos deste mundo.”

Depois da morte de Hitler, Nolde tentou trocar as voltas ao público passando a dizer que tinha sido uma vítima do nazismo, fundamentando essa definição no facto da sua arte ter sido considerada pelo III Reich como sendo “de degenerado”.

Vários documentos conseguiram sobreviver à tentativa de Nolde de limpar a sua imagem e foram eles que Christian Ring, a partir de 2013, começou a analisar. Hoje são tidos como provas contundentes do seu compromisso com o movimento nazi. As obras deverão ir agora parar à Fundação da Herança da Cultura Prussiana.

ZAP //

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1 Comment

  1. Oh Dona Merkel… sinceramente… ou você carrega na cerveja, na boa cerveja alemã e já anda a baralhar tudo com tremeliques à mistura ou então está mesmo doente com uma dessas doenças neurodegenerativas. Então nesta fase do campeonato será que ainda não percebeu que a obra de arte se torna independente do seu autor depois de concluída, ganhando autonomia e vida próprias e que isso é um princípio da semiologia da arte, que Umberto Eco tão bem explicou? E que, assim sendo, tanto importa que o autor tenha sido o mais hediondo nazi como o mais abandalhado e corrupto democrata, tanto ou mais criminoso que o nazi? O que importa é que a obra seja uma autêntica obra de arte. Convido-a para, quando vier aqui a Portugal por engano, mamarmos uns cinco litros de cerveja com tremoços – não se preocupe com os gases, pode libertá-los à vontade que Portugal cheira mal por todos os lados – enquanto lhe explico os postulados do também hipercervejeiro Umberto Eco, que já deu o bafo há uns anitos, por excesso de teorias e de bebida. Não sabe português? Não se preocupe falamos em inglemão.

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