Um estudo sugere que para melhorar a saúde da sua gordura corporal não precisa, necessariamente, de perder peso.
A taxa de gordura corporal de uma pessoa é a razão entre a massa total de gordura corporal e a massa da pessoa. O valor resultante reflete tanto gordura essencial como gordura de armazenamento.
Saber a sua taxa de gordura corporal tem aplicações além do condicionamento físico. Mantê-la num nível saudável pode ajudar a reduzir a probabilidade de contrair certas doenças, nomeadamente cardíacas. Se não sabe qual é a sua, pode usar esta calculadora online para avaliar a sua taxa de gordura corporal.
Potencialmente para sua surpresa, há maneiras de melhorar a saúde da sua gordura corporal sem necessariamente ter que perder peso.
A gordura corporal pode ser metabolicamente saudável – ou o contrário – independentemente do peso ou da forma física da pessoa.
“A gordura saudável não tem a ver com a quantidade de gordura”, explica Jeffrey Horowitz, professor da Universidade de Michigan, em declarações ao The Washington Post.
Tem a ver com o quão bem essa gordura funciona, sublinha o especialista: “Uma pessoa que tem gordura mais saudável está muito melhor do que alguém com o mesmo percentual de gordura corporal cuja gordura não é saudável”.
O que diferencia os dois tipos de gordura é, essencialmente, o tamanho das células de gordura. “Quanto mais pequenas as células de gordura, melhor”, diz Horowitz. E a solução não tem de passar por perder peso ou gordura.
As células de gordura maiores tendem a vazar algum do seu conteúdo para a corrente sanguínea na forma de ácidos gordos. Por outro lado, as células de gordura mais pequenas podem sugar a gordura do seu sangue.
As células de gordura saudáveis também contêm bastantes mitocôndrias ativas. Quanto mais mitocôndrias tiver, mais saudável e resistente será qualquer célula.
O tecido adiposo saudável está repleto de vasos sanguíneos, que ajudam a combater a inflamação. Sem um fornecimento sanguíneo suficiente e proteção imunitária, o tecido adiposo geralmente fica inflamado e liberta substâncias na corrente sanguínea que iniciam uma inflamação semelhante noutras partes do corpo, mesmo em pessoas que não estão acima do peso recomendado.
Alguns estudos com ratos sugerem que animais fisicamente ativos abrigavam gordura corporal metabolicamente mais saudável em comparação com roedores sedentários, mesmo que todos estivessem acima do peso recomendado.
No entanto, nós não somos ratos de laboratório e muitas dúvidas permanecem sobre a maleabilidade da nossa gordura corporal, escreve o jornal norte-americano.
Um estudo publicado em junho na revista The Journals of Gerontology descreve algumas descobertas relativamente a este assunto.
“O exercício físico significou mais mitocôndrias e mitocôndrias com melhor funcionamento” e, em essência, gordura mais saudável, disse Anders Gudiksen, autor principal do estudo.
Um novo estudo, publicado recentemente na revista Journal of Physiology, sugere que a perda de peso não é propriamente necessária para ter células de gordura mais saudáveis.
A equipa de investigadores, liderada por Horowitz, fez uma biópsia de tecido adiposo de 36 homens e mulheres sedentários com obesidade. Depois, os cientistas pediram que os participantes pedalassem numa bicicleta, quatro vezes por semana, durante 12 semanas. As suas dietas foram controladas para que não perdessem peso.
No fim, os voluntários acabaram com mais células de gordura pequenas e o seu tecido adiposo continha menos marcadores bioquímicos de inflamação. Os resultados foram positivos, mesmo que os participantes pedalassem a um ritmo moderado ou mais elevado.
Horowitz argumenta que as implicações a longo prazo do exercício e da gordura giram em torna da inflamação — e se e como a gordura metabolicamente saudável contribui para um corpo metabolicamente saudável. Até mesmo em pessoas com obesidade.
O melhor é mesmo continuar a beber cerveja!