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Medina acusa adversários de passar informações falsas

Miguel A. Lopes / Lusa

Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa.

O presidente da Câmara de Lisboa mostrou-se indignado com notícias sobre a compra da sua casa e desconfia que tenham sido passadas informações por fonte de candidatura adversária.

Depois das notícias recentes que dão conta de que Fernando Medina, não declarou o valor de compra de 645 mil euros de um duplex, tendo declarado apenas os 220 mil euros que deu de entrada, o presidente da Câmara de Lisboa e candidato socialista à autarquia começou por garantir ter cumprido “escrupulosamente” as suas obrigações legais.

 

Já esta quarta-feira, em declarações sobre o assunto feitas na quarta-feira à TVI 24, Fernando Medina acusando “fontes partidárias de candidaturas adversárias” de estarem a passar informações “falsas” aos jornais.

“Desconhecia o posicionamento da proprietária na hierarquia da família Teixeira Duarte, as suas relações com o grupo. Não comprei um apartamento à Teixeira Duarte, comprei um apartamento em frente aos meus sogros“, diz Medina, citado pelo DN.

No site da sua campanha, num manifesto intitulado “Transparência”, Medina clarifica que “a casa foi adquirida por um preço superior ao que estava a ser pedido pela agência, 645 mil euros em vez dos 635 mil solicitados, uma vez que teve mais do que um interessado a fazer propostas”, juntando um documento que sustenta a afirmação.

Quanto à falta de declaração ao Tribunal de Constitucional da propriedade do duplex na Avenida Luís Bivar, conforme foi inicialmente noticiado, Medina aproveita também para deixar a situação clara.

“Em Agosto de 2016, atualizei a minha declaração do Tribunal Constitucional, dando conta do contrato promessa celebrado e da forma como o iria liquidar. Fiz referência exaustiva ao financiamento da entrada inicial (realizado com o apoio das nossas famílias), e da nossa intenção de contrair um empréstimo bancário para financiamento do restante”.

Como a Lei determina, no fim do mandato que exerço, irei apresentar dentro de dias nova atualização da declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional”, acrescenta o autarca.

Além disso, o ainda presidente da Câmara de Lisboa reitera que esta foi uma compra “como qualquer cidadão”.

“Tive como motivo ter residência próxima da família, para bem-estar de todos. Tive conhecimento por anúncio e negociei exclusivamente através de agência. Paguei um valor totalmente em linha com o mercado e os praticados neste imóvel. Recorri a financiamento bancário para pagar a compra. Repito, adquiri uma casa como qualquer cidadão“.

MP investiga compra e venda de casas de Medina

O Ministério Público está a investigar a compra de um imóvel por parte do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, na sequência de uma denúncia anónima recebida na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em resposta enviada à agência Lusa, a PGR confirma que “a matéria relativa à compra do imóvel é referida numa denúncia anónima recebida na Procuradoria-Geral da República em finais de agosto” e que a participação foi remetida ao Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa “onde se encontra em investigação”.

A notícia da compra do imóvel foi avançada pelo Observador, que revelou que Fernando Medina não declarou ao Tribunal Constitucional ser proprietário de um duplex no centro de Lisboa que adquiriu a 27 de setembro de 2016 por 645 mil euros, tendo apenas informado do pagamento de um sinal de compra de 220 mil euros.

O jornal i noticiou, esta quarta-feira, que a PGR recebeu em agosto uma denúncia que remeteu ao DIAP de Lisboa e que está agora “em investigação”. A análise ao caso pela Justiça, acrescentou a PGR, já estava a decorrer antes das notícias divulgadas desde segunda-feira e que questionam o valor do negócio.

Segundo a revista Sábado, a casa pertencia e foi vendida por um elemento da família Teixeira Duarte, que controla a construtora com o mesmo nome, à qual foram adjudicadas pela autarquia obras como a recuperação do Miradouro de São Pedro de Alcântara.

ZAP // Lusa

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