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Médicos de todo o país estão hoje em greve

Os médicos de todo o país estão desde as 00h00 desta quarta-feira em greve, um dia de paralisação nacional que se segue a greves regionais nas últimas semanas.

A greve é marcada pelos dois sindicatos médicos, que se dizem “empurrados para o mais forte grito de protesto”, depois de um ano de “reuniões infrutíferas no Ministério da Saúde”.

Num comunicado divulgado pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), os sindicalistas consideram que o ministro da saúde “não foi sensível aos problemas” dos profissionais nem aos problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A greve nacional de médicos, decretada pelo SIM e pela Federação Nacional de Médicos (FNAM) deve afetar consultas e cirurgias programadas, mas estão assegurados os serviços mínimos, como urgências, quimioterapia, radioterapia, transplante, diálise, imuno-hemoterapia ou cuidados paliativos em internamento.

Frente ao hospital de São José, em Lisboa, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, sublinhou a “forte adesão” destes profissionais, a qual espelha “o descontentamento” da classe.

Sem avançar com percentagens específicas de adesão a esta greve, o sindicalista disse que são “muitos” os hospitais com salas fechadas, em alguns casos na totalidade, como no caso de São José, disse. Também nas consultas a adesão deverá ser superior a 70%.

Roque da Cunha voltou a lembrar que os médicos apenas pretendem que o ministério os deixe trabalhar mais, colocando no topo das reivindicações a devolução do que foi retirado a esta classe aquando do programa de ajustamento da ‘troika’ em Portugal.

Os sindicatos pretendem uma redução das listas de utentes por médicos de família e uma redução de 18 para 12 horas semanais no serviço de urgência.

É ainda reclamada uma reformulação dos incentivos à fixação em zonas carenciadas, uma revisão da carreira médica e respetivas grelhas salariais e a diminuição da idade da reforma para os médicos, entre outras medidas.

Por sua vez, o Ministério da Saúde acredita que, até ao final do ano, chegará a um consenso com os sindicatos médicos. “Há um permanente diálogo, mas temos dois aspetos que ainda não estão fechados”, disse o ministro da Saúde sobre as negociações com os médicos, recordando que falta chegar a acordo sobre a redução das listas de doentes por médicos de família e sobre a redução das horas em urgências.

Adalberto Campos Fernandes esclareceu que uma redução de utentes por médicos, de 1.900 para 1.500, poria em causa o compromisso de dar um médico de família a todos os portugueses até final da legislatura.

“Apesar da greve acredito que há condições para que, até final do ano, haja o consenso possível”, declarou o governante aos jornalistas, à margem do primeiro fórum do Conselho Nacional de Saúde que hoje decorre em Lisboa.

ZAP // Lusa

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