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Médicos do Porto retiraram intestino da cara de uma bebé em cirurgia inédita

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CV TVI

Cirurgia inédita no Centro Materno Infantil do Porto removeu parte do intestino da cara de bebé.

Cirurgia inédita no Centro Materno Infantil do Porto removeu parte do intestino da cara de bebé.

Uma cirurgia inédita, realizada no Centro Materno Infantil do Porto, permitiu retirar um pedaço de intestino que estava a crescer no rosto de uma bebé de apenas oito meses de idade.

Quando foi confrontada com este caso de uma filha de emigrantes portugueses em Inglaterra, a equipa de cirurgia pensava que se tratava de um linfogioma quístico, com 10 centímetros de dimensão, mas afinal, era um pedaço de intestino que estava a crescer na cara da bebé, revela o cirurgião Abel Mesquita em reportagem da TVI.

Os pais da criança chegaram a Abel Mesquita, do Centro Materno Infantil (CMI) do Porto, depois de terem ficado desagradados com o alegado desinteresse dos médicos ingleses com a situação da filha.

A gravidez terá sido normal e o tumor só foi detectado depois do nascimento da criança.

Começou por ser “uma grande tumefacção da face que evoluiu, em poucas semanas, para um tumor de grandes dimensões“, conforme explica Abel Mesquita à TVI, notando que provocava “uma deformidade facial muito grande” na bebé.

Os diagnósticos feitos no CMI apontaram que se trataria de um linfogioma quístico, “uma malformação em que os vasos linfáticos estão malformados“, levando à acumulação de “água dos tecidos”, explica o cirurgião.

Mas, depois de ter sido analisado no Laboratório de Anatomia Patológica, foi possível apurar que o tumor era, afinal, mucosa gastro-intestinal, ou seja, uma parte do intestino grosso que estava a crescer no rosto da bebé.

“Algumas células endodérmicas, por razões que se desconhece, ficaram retidas na face, mas como essas células têm toda a informação para darem origem a um segmento de intestino grosso, elas vão-se diferenciar no sentido de dar origem a intestino grosso”, explica Abel Mesquita na TVI.

CV TVI

Cirurgião Abel Mesquita, do Centro Materno Infantil do Porto, com os pais e a bebé após a operação.

Cirurgião Abel Mesquita, do Centro Materno Infantil do Porto, com os pais e a bebé após a operação.

Cirurgia de 5 horas

Um caso muito raro, não só pelas suas características, mas também pela dimensão do quisto, e que exigiu uma cirurgia de cinco horas, onde o nível de precisão foi fundamental.

Abel Mesquita realça como era importante não danificar o nervo facial, que permite mexer os olhos e a boca, realçando que qualquer lesão mínima seria “irreversível” e causaria “grande incapacidade funcional” à menina.

Estamos assim, a falar de uma cirurgia de risco para a bebé, mas a mãe explica à TVI que “tinha que arriscar” a vida da filha porque o tumor “podia crescer demais e rebentar e aí podia afectar o cérebro da menina”.

A cirurgia foi feita com uma incisão desde o couro cabeludo, passando pela zona da orelha até à mandíbula, de forma a que a cicatriz venha a tornar-se “quase imperceptível com o tempo”, explica Abel Mesquita.

Após a operação, foi possível confirmar que não há “nenhuma paralisia facial” e os médicos estão convencidos de que o caso foi “solucionado”, com a remoção de todos os vestígios do tumor, segundo frisa o cirurgião.

SV, ZAP //

6 Comments

  1. É engraçado que estas notícias ninguém comenta. Enalteçam-se com o que é feito por cá! Orgulhem-se do que somos capazes de fazer! Não andem só pela política do deita-abaixo!
    Isto é digno de orgulho e contribuiu decisivamente para uma vida e para a felicidade de toda uma família.

    Eu pessoalmente ADORO NOTÍCIAS POSITIVAS DE PORTUGAL. E na saúde temos seguramente dos melhores profissionais à escala global. Parabéns!

  2. Bem haja a médicos assim! A estes portugueses é que há que dar valor! Este médico salvou a vida de uma menina. Mas como não corre atrás de uma bola, não tem o devido valor enaltecido que lhe é devido.

  3. Subscrevo inteiramente os comentários anteriores.
    Irrito-me imenso com gente derrotista, são deprimentes. Pessoalmente, até fujo (literalmente) quando estou, por exemplo num café, e começo a ouvir pessoas a falar mal de tudo o que é nosso.

  4. Esta noticia no “Correio da Manhã” teria um título mais ou menos assim: Médicos do Porto quase matam criança com tumor até ao Intestino!”. Perdoem-me a graçola mas cada vez que vejo a capa deste jornal e de outros serviços de noticias, dá-me vontade de vomitar!…

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