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Médico que diagnosticou primeiros casos de covid-19 reitera encobrimento chinês

Narendra Shrestha / EPA

Um dos médicos que diagnosticou os primeiros casos de covid-19 reitera que a China encobriu informações no início do surto. O mercado de Wuhan foi limpo antes de os investigadores poderem analisá-lo.

Yuen Kwok-yung, microbiologista, médico e professor de Hong Kong, fez parte da equipa de investigadores que, em janeiro, ajudou a identificar os primeiros casos de covid-19 na China. Em entrevista à BBC, Kwok-yung disse que as autoridades locais destruíram evidências no mercado de Wuhan, de onde terá originado o coronavírus.

“Quando chegamos ao mercado, claro, não havia nada para ver porque o mercado já estava limpo. Podemos dizer que a cena do crime já estava alterada porque foi limpa e não pudemos identificar o hospedeiro do vírus”, disse o médico.

Kwok-yung diagnosticou a primeira família contaminada no dia 12 de janeiro, em Shenzhen e salientou que tinha conhecimento do potencial que o coronavírus tinha para se espalhar pelo mundo.

“Eu tinha conhecimento das pessoas infetadas em Shenzhen, eu sabia quão eficazmente o vírus estava a espalhar-se, eu sabia que podia ser contraído num hospital e eu sabia que ele poderia estar num avião, com centenas de pessoas, a viajar para uma cidade a milhares de quilómetros daqui”, explicou.

Na altura, as autoridades desvalorizaram a sua preocupação e disseram que “não havia nada que levasse a se suspeitar que o vírus era transmitido para os humanos”.

Kwok-yung apressou-se a informar as autoridades, mas, de acordo com a revista Visão, Pequim não revelou publicamente os dados no estágio inicial do surto.

“Acredito que eles encobriram algumas informações. As autoridades locais, que deveriam transmitir as informações imediatamente, não permitiram que isso fosse feito tão prontamente quanto deveria”, disse o microbiologista.

ZAP //

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