Um médico português assume que matou quatro pessoas e que tem a sua própria morte já planeada. Um testemunho na primeira pessoa sobre a prática da eutanásia de quem defende a sua despenalização.
Este tema polémico da eutanásia volta a ser assunto na sociedade portuguesa depois de a revista Sábado ter entrevistado um médico que assume, sem papas na língua, que matou quatro pessoas.
“Não a ajudei a morrer, matei-a. Pedi-lhe para contar até 10 ao contrário”, revela este clínico não identificado, referindo-se a um dos casos com que lidou.
Salientando que é a favor da “despenalização da morte assistida”, o médico português refere que ajudou dois amigos, uma tia e um doente a morrer.
O médico, que sofre de um cancro no pulmão, também nota que resolveu dar o seu testemunho por não ter medo de retaliações profissionais ou criminais, já que diz não acreditar que “sobreviva mais de um ano”.
Também constata que já tem a sua própria morte planeada.
Em Portugal, a eutanásia ou morte assistida é crime punível com uma pena de prisão até três anos.
O Código Deontológico dos médicos também condena a prática.
Em termos políticos, o assunto não faz parte das prioridades dos partidos, conforme se pode comprovar pelas reacções à posição do médico recolhidas pela Sábado no Parlamento.
A coordenadora do grupo parlamentar do PS para as questões da Saúde, Luísa Salgueiro, salienta que o partido “ainda não tem uma posição tomada”, embora note que é pessoalmente “favorável à despenalização”.
Do lado do PSD, o vice-presidente da Comissão de Saúde no Parlamento, Miguel Santos, refere que o assunto “não consta no programa eleitoral”, mas salienta que o partido tem por “posição de princípio” o apoio e reforço à rede de Cuidados Paliativos “como resposta a este tipo de situações”.
Na mesma linha surge a posição da coordenadora parlamentar do CDS para a área da Saúde, Isabel Galriça.
“Aposto que este médico não tem formação em cuidados paliativos, porque quem não tem esta formação são as pessoas que mais facilmente consideram a eutanásia como a única forma de acabar com o sofrimento intolerável dos doentes”, evidencia a deputada popular.
A Sábado ouviu ainda o padre José de Almeida que defende que se deve “recusar a eutanásia não condenando quem a pratica”.
Já a ex-presidente da Comissão Nacional de Ética para as Ciências da Vida, Paula Martinho da Silva, salienta a importância do debate em torno do assunto.
SV, ZAP
Porque não! É preferível do que cair debaixo do comboio,ou num poço
“Aposto que este médico não tem formação em cuidados paliativos, porque quem não tem esta formação são as pessoas que mais facilmente consideram a eutanásia como a única forma de acabar com o sofrimento intolerável dos doentes”, evidencia a deputada popular.
Esta coitada deve pensar que está a jogar num qualquer Casino. Ela sabe lá a qualidade dos serviços de saúde…
Infelizmente já presenciei o fim de alguns familiares em hospitais públicos e se é o que consideram paliativo..realmente mais vale morrer duma vez.. Neste país reagem mal a este tema da eutanásia porque acham que assim se “vão livrar dos idosos”. Então, não confiam nos médicos?? Em relação aos fetos indesejáveis já se podem livrar..