Uma obstetra chinesa está a ser julgada sob a acusação de ter roubado pelo menos sete recém-nascidos para os vender a traficantes de bebés, informaou a agência de notícias estatal do país.
A médica, Zhang Shuxia, é acusada de ter intermediado a venda dos sete bebés – incluindo um casal de gémeos – entre novembro de 2011 e julho de 2013, dizendo aos pais que os filhos estavam doentes e convencendo-os a abandoná-los.
A médica admitiu as acusações num tribunal do distrito de Fuping, na província de Shaanxi, no centro do país.
O caso veio a público depois de os pais fazerem uma denúncia à polícia, suspeitando do roubo dos seus filhos.
Seis dos bebés foram resgatados, mas uma das crianças morreu.
‘Doença congénita’
Zhang trabalhava no Hospital Infantil e Maternidade de Fuping.
No caso mais recente, um bebé nascido em 16 de julho foi vítima de tráfico depois de, segundo a acusação, Zhang ter dito aos seus pais que ele tinha uma doença congénita grave. Os pais ter-se-iam convencido a abandonar o bebé.
A obstetra confessou que vendeu o bebé a dois outros suspeitos, que por sua vez venderam o menino a um traficante na província de Henan, vizinha de Shaanxi.
Os pais denunciaram o caso à polícia a 20 de julho. O bebé foi encontrado e devolvido aos pais em agosto.
Filho único
A obstetra foi detida juntamente com diversos outros suspeitos.
O seu advogado de defesa alegou perante a Justiça que os pais deram os seus bebés voluntariamente e que a médica recebeu diversos prémios por seu trabalho.
Sob as rígidas leis de controle populacional da China, a maioria dos casais pode ter apenas um filho – e é forte a preferência por meninos saudáveis.
No início do mês, o país adotou uma resolução a relaxar a política, permitindo que casais tenham dois filhos se um dos pais for filho único.
ZAP / BBC