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May não cede soberania de Gibraltar (e está pronta para uma guerra com Espanha)

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number10gov / Flickr

Artigo 50: A primeira-ministra britânica, Theresa May, assina a carta que deu início ao Brexit

Artigo 50: A primeira-ministra britânica, Theresa May, assina a carta que deu início ao Brexit

O Conselho Europeu definiu que a aplicação do acordo para o Brexit a Gibraltar tem de ter a autorização de Espanha, mas Theresa May não cede a soberania da península sem acordo da população. Entretanto, um ex-líder dos conservadores garante que May iria à guerra por Gibraltar como Thatcher fez nas Falkland.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou este domingo que Londres não cederá a soberania sobre Gibraltar sem o acordo da população do território, situado no extremo sul de Espanha, indica um comunicado de Downing Street.

O debate sobre a questão regressou na sexta-feira com a apresentação do projeto com as orientações da negociação para o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

O documento estipula que Espanha deverá dar “luz verde” para que um acordo sobre o ‘Brexit’ possa ser aplicado àquele território britânico.

Segundo alguns analistas, Theresa May cometeu um erro estratégico quanto a Gibraltar, por se ter esquecido de mencionar o assunto na carta enviada a Bruxelas para iniciar as negociações sobre a saída da União Europeia.

Segundo o jornal espanhol La Vanguardia, Tim Farron, líder do Partido Liberal Democrata, opina que a omissão do problema pôs o Reino Unido em uma posição desfavorável.

O presidente da Comissão sobre a UE na Câmara dos Lordes, Timothy Boswell, acredita também que a falta de um claro compromisso de May “deixou a porta aberta para que a União Europeia considere Gibraltar um território em disputa“. A península tornou-se parte do Reino Unido em 1713, e Madrid tenta desde então recuperar a sua soberania.

Mas após contactos telefónicos com o chefe do Governo de Gibraltar, Fabian Picado, Theresa May garantiu que jamais aceitaria que um acordo sobre Gibraltar fosse decidido sem que a população local manifestasse a sua vontade livre e democrática.

“A primeira-ministra manifesta o seu total empenho em trabalhar com Gibraltar para obter o melhor resultado possível em relação ao ‘Brexit’ e que esse território continuará a participar plenamente no processo de negociações”, adiantou o comunicado de May.

Entretanto, em entrevista este domingo à Sky News, o antigo líder do partido conservador britânico Michael Howard não tem dúvidas: Theresa May seria perfeitamente capaz de levar o Reino Unido a uma guerra, à imagem do que fez Margaret Thatcher pelas ilhas Falkland, cuja soberania foi colocada em causa pela Argentina em 1982.

“Fez esta semana 35 anos, outra mulher primeiro-ministro do Reino Unido enviou uma frota militar ao outro lado do mundo para defender a liberdade de outro pequeno grupo de britânicos contra outro país de língua espanhola“, recorda Howard.

“Tenho a certeza de que May saberá mostrar a mesma determinação a defender os gibraltinos”, acrescenta o antigo líder dos Tories.

Segundo o jornal espanhol El Pais, o Brexit colocou Espanha numa posição de força inesperada em relação ao Reino Unido no seu litígio por Gibraltar, cuja população rejeitou em 2002, em referendo, a proposta de partilhar a sua soberania com Espanha.

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Alfonso Dastis, afirmou entretanto que Madrid “não tem a intenção de fechar a fronteira” com Gibraltar. Em declarações ao El Pais, o ministro espanhol diz que “a ideia é que os espanhóis que vivem em Cádis e que trabalham em Gibraltar possam continuar a fazê-lo“.

Cerca de 10 mil trabalhadores espanhóis vão trabalhar diariamente para Gibraltar, e acreditam que a situação não vai mudar por causa do ‘Brexit’.

A península, de 6,7 quilómetros quadrados, situa-se no extremo sul de Espanha e conta com 33 mil habitantes. Os pontos-chave da sua economia são os jogos ‘online’ e o setor financeiro, através das ‘offshore’ que captam capitais de toda a Europa.

ZAP // Lusa

17 Comments

    • Dizes tu e dizes mal. Todos conhecemos bem a história e a total falta de legitimidade da inglaterra sobre este território.

  1. É simples, basta fazer um referêndum, que ao final seria a repetição do anterior onde os Gibraltinos por larga maioria rejeitaram a ideia de pertencer à Espanha!!!….Os eurostalinistas demonstram raiva e desprezo pelas decisões soberanas do povo Inglês!!!!

  2. Mais uma vez se agitam os meios políticos espanhóis. O ministro
    Moratinos vai a
    Gibraltar. Em uníssono, ou quase, comentadoes e políticos reafirmam a
    sua intenção de não
    abdicarem da reivindicação espanhola sobre Gibraltar.
    Os comentários são de cariz a não deixar dúvidas: a Espanha e a
    maioria dos espanhóis
    sentem-se profundamente ofendidos com a presença britânica em
    Gibraltar, desde 1704.
    Consideram ser uma situação colonial anacrónica. Dizem que a vontade
    das populações não
    pode ser tida em linha de conta, já que a população já não é na sua
    maioria descendente
    dos habitantes originais, e que tem sido enganada com mentiras. Um
    deputado, Landaluce,
    afirmou que «ha llegado el momento” de poner sobre la mesa “con los
    ingleses, nunca con los gibraltareños”, la cuestión de la soberanía,
    cedida a la Corona
    británica por el Tratado de Utrecht (1713).»
    O que espanta qualquer português minimamente informado é o milagre
    de em Espanha
    poucos se darem conta de que todos e cada um dos argumentos sobre
    Gibraltar se poder
    aplicar, com maior premência, a Olivença (ocupada em 1801), razão,
    aliás, para que o
    Estado Português, embora não o divulgue muito, não reconheça a
    soberania espanhola sobre
    a Região, situação que está até ligada ao aproveitamento das águas do Alqueva.
    Como se podertá fazer entender a Madrid que, ao agir assim, perde
    toda a autoridade
    moral para protestar? Que não pode aplicar umas regras do Direito
    Internacional num
    lugar, e contrariá-las noutro? Que os gibraltinos sabem dessa
    contradição, e que não se
    cansam de a divulgar em toda a Imprensa europeia?
    Como se poderá fazer entender ao Estado Português que o seu quase
    total silêncio nesta
    matéria é muito pouco lógico, e nada dignificante?
    Por que razão não há um respeiro mínimo por princípios, e se não
    entende que tal não é
    contraditório com relações de amizade e boa vizinhança?
    Estremoz, 19 de Julho de 2009 (mas ainda atual)

  3. A europa maravilhoso do entendimento!Basta uma nica de nada e fala-se logo em guerra e logo dos tão certinhos ingleses!SHAME ON YOU!!!

  4. A Europa sempre foi beligerante. Pior só mesmo o extremo oriente, com as Coreias, China e Japão que também só estão bem à porrada. No dia em que os interesses geo-estratégicos dos EUA deixarem de garantir a paz no pacífico e na Europa… E no dia em que a UE cair, dois barris de pólvora vão rebentar. Lembrem-se do estado em que ficou a Europa e o Japão depois da Segunda Guerra Mundial e lembrem-se do quanto evolui a tecnolgia das armas… E ficam com a ideia do estado em que todos vamos ficar.

    O problema de muita gente é não perceber uma coisa simples: Quando as coisas estão mal, o maior erro é pensar que já não podem piorar… Ou pior: Pensar que qualquer coisa é melhor desde que seja diferente.

    • O que parece que ninguém quer entender é que o processo de desconstrução europeu nunca, mas NUNCA será pacífico. Isto até pode andar tudo calmo durante uns anos, mas meus amigos… o tempo da guerra está a aproximar-se e só não vê quem não quer. De resto nunca a Europa tinha vivido tantos anos em paz como aconteceu na sua história recente.

  5. Os espanhóis de facto só vêm aquilo que lhes interessa, já pensaram desocupar Olivença e respeitar as ordens internacionais a esse respeito? Depois têm ainda um diferendo com Marrocos acerca de Ceuta e Melilla que há alguns anos atrás a situação esteve um pouco quente, depois têm ainda País Basco, Catalunha, Galiza, tanta coisa por resolver que um dia há de chegar a hora.

  6. PARALELISMOS IBÉRICOS OU… O DIREITO INTERNACIONAL À MEDIDA

        Mais uma vez se agitam os meios políticos espanhóis Em uníssono,  ou quase, comentadores e políticos reafirmam a sua intenção de não
    abdicarem da reivindicação espanhola sobre Gibraltar. O “Brexit” veio  em seu auxílio, e a questão parece ter agora um âmbito europeu. Os  comentários são de cariz a não deixar dúvidas: a Espanha e a maioria  dos espanhóis
    sentem-se profundamente ofendidos com a presença britânica em
    Gibraltar, desde 1704, que consideram ser uma situação colonial  anacrónica. Dizem que a vontadedas populações não
    pode ser tida em linha de conta, já que a população já não é na sua
    maioria descendente
    dos habitantes originais, e que tem sido enganada com mentiras. «Ha  llegado el momento” de poner sobre la mesa “con los
    ingleses, nunca con los gibraltareños”, la cuestión de la soberanía,
    cedida a la Corona
    británica por el Tratado de Utrecht (1713).»
        O que espanta qualquer português minimamente informado é o milagre
    de em Espanha
    poucos se darem conta de que todos e cada um dos argumentos sobre
    Gibraltar se poder
    aplicar, com maior premência, a Olivença (ocupada em 1801, devolvida  por Tratados Internacionais em 1815, aceites por Espanha em 1817),  razão,
    aliás, para que o
    Estado Português, embora não o divulgue muito, não reconheça a
    soberania espanhola sobre
    a Região, situação que está até ligada ao aproveitamento das águas do Alqueva.
        E, se como faz Espanha, e como vimos, se insiste em argumentar  que em Gibraltar se vive uma situação colonial que “distorceu” a  vontade popular e que criou uma situação “de facto” inadmissível, o  que dizer do que se passou em duzentos anos em Olivença? Trocaram-se  apelidos e nomes de ruas, escondeu-se e falsificou-se a História,  prendeu-se gente (principalmente na época da ditadura de Franco, mas  ainda antes), proibiu-se a língua, dispersaram-se populações… o que  é isto se não colonialismo?
        Como se podertá fazer entender a Madrid que, ao agir assim, perde
    toda a autoridade
    moral para protestar? Que não pode aplicar umas regras do Direito
    Internacional num
    lugar, e contrariá-las noutro? Que os gibraltinos sabem dessa
    contradição, e que não se
    cansam de a divulgar em toda a Imprensa europeia?
        Como se poderá fazer entender ao Estado Português que o seu quase
    total silêncio nesta
    matéria é muito pouco lógico, e nada dignificante?
        Por que razão não há um respeiro mínimo por princípios, e se não
    entende que tal não é
    contraditório com relações de amizade e boa vizinhança?
        Curiosa, também, a reação de alguns meios portugueses, que se  apressaram a fazer publicar artigos sobre as polémicas em torno de  Gibraltar, incluindo resenhas históricas que recuam a 1703, que,  nalguns casos, referiram o problema, ao que parece semelhante, das  Malvinas, mas que esqueceram.. . Olivença. A cidade que, como se lê na  “História de Extremadura”, de Marcelino Cardalliaguet Quirant, da  Biblioteca Popular Extremeña (Universitas Editorial,), um livro de  bolso de 1993, não era tão pouco importante assim. Cito « En 1801, el  território extremeño se veria repentinamente aumentado con la  importante ciudad de Olivenza – ENTONCES TAN GRANDE Y POBLADA COMO  BADAJOZ [SIC] -, conquistada a Portugal en la llamada Guerra de las  Naranjas por el próprio Godoy(…)»
        Tenham juízo, meus senhores!

        Estremoz, 4 de abril de 2017
    Carlos Eduardo da Cruz Luna

  7. E Já agora … Espanha que nos devolva OLIVENÇA e Deixe de querer que as Ilhas Selvagens passem para soberania Espanhola.

  8. Se Gibraltar pode ser zona de off shore, por que motivo a Madeira não o pode ser? ou então as Berlengas ou Porto Santo?
    Continuamos na nossa posição favorita perante os ingleses: De cócoras.

  9. a espanha devia ter vergonha,estar a pedir gibraltar á inglaterra,se ela foi oferecida pela espanha,se querem de volta gibraltar então a espanha que devolva a nossa Olivença e Ceuta ,castela espanha são os maiores gatunos da peninsula ibérica,que deem a independencia á catalunha á galiza país basco,pois eu sei porque não dão a castela espanha ficava pequenina,e não desafiava tanto Portugal como tem eles são uma grande nação mas com os paises anexados por castela espanha,que não quere dar as independencias,porque as parte mais ricas da espanha unida com várias linguas neolatinas é a catalunha e o pais basco,ainda me recordo de 1000 mil pesetas valer 300$00 escudos era o tempo da espanha pobrezinha portugal tambem era mas sempre era mais rico do que a espanha,o meu pais faz fronteira terreste com dois países a galiza é um deles.Espanha não seijas gananciosa ceuta ficano norte africa o nome marrocos não existia mas ceuta é território de marrocos etc espanha entrega olivença a portugal e pede por favor á inglaterra gibraltar de volta,que não tens esse direito em pedir,espanha e a china sois parecidos primeiro a china deu macau primeiro a espanha oferecu gibraltar á inglaterra e agora a pede,é preciso ter uma grande lata,a espanha porque não invade gibraltar? Pois pois quem tem cu tem mêdo. Mais uma grande vergonha sobre a espanha. o que se dá é dado

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