Com máscaras, mas numa vida normal já em Março (José Artur Paiva)

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Presidente do Colégio de Medicina Intensiva da Ordem dos Médicos reforça a ideia de o confinamento deveria ter sido concretizado mais cedo, em Portugal.

A vida normal vai voltar em breve – embora com máscaras – mas convém vacinar toda a gente, nem que seja preciso ir “porta a porta”, defende José Artur Paiva.

O presidente do Colégio de Medicina Intensiva da Ordem dos Médicos prevê um regresso – ou pelo menos pensar nesse regresso – a uma vida social normal já em Março, no máximo: “As máscaras deverão ser retiradas devagar, mas daqui a três ou quatro semanas podemos pensar no regresso à vida social normal.

Para isso, informar as pessoas sobre a vacinação contra o coronavírus continua a ser essencial: “Não basta ter casas abertas. Está na altura de ir porta a porta, ninguém deve ficar por vacinar por falta de informação”.

Em entrevista ao jornal i, o médico no Hospital de São João defende um retrato mais fiel do que está a acontecer nos hospitais porque uma coisa é uma pessoa ter COVID-19 quando é internada e outra coisa é uma pessoa ser internada por causa da COVID-19.

E corrige os números oficiais: cerca de metade dos internados em cuidados intensivos não entrou no serviço por causa da pandemia.

Em relação ao conjunto de medidas e de métodos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao longo destes quase dois anos, Artur Paiva admite que houve “omissões de decisões”, sobretudo no final de 2020, mas no geral a resposta do SNS foi “extraordinária”.

O médico reforça a ideia de que Portugal deveria ter entrado em confinamento mais cedo: “Penso que teria feito diferença. Ter-se olhado de forma diferente para a quadra festiva de 2020 e para as escolas teria feito a diferença na sobrecarga nos hospitais e na letalidade. Terá sido o momento em que as decisões foram menos avisadas e menos sensatas, na minha opinião”.

José Artur Paiva lembra que “nem todos os especialistas diziam exactamente a mesma coisa”, já que é normal não haver uma “sintonia total”. E garante que tem um “respeito enorme por um processo de gestão extremamente difícil e por quem teve de tomar decisões”.

“Creio que o balanço global é claramente positivo“, analisa o presidente do Colégio de Medicina Intensiva da Ordem dos Médicos.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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