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“Inaceitável”. Ministra em xeque após operação policial no Martim Moniz

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Miguel A. Lopes / LUSA

A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco

“Alguém tem de pedir desculpa” e declarações “indecorosas” de Montenegro – e já se pede demissão da ministra.

O BE, o PCP e o Livre requereram a audição da ministra da Administração Interna (MAI), Margarida Blasco, no parlamento para esclarecer a operação policial no Martim Moniz, considerando-a inadequada, desproporcional e passível de criar “alarme social”.

Em declarações aos jornalistas, o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo defendeu que o país “assistiu hoje a imagens aviltantes, revoltantes, indecorosas”, em que se veem “dezenas de pessoas encostadas à parede por simplesmente serem imigrantes”.

“Isto é inaceitável, não se coaduna com os princípios do Estado de Direito democrático. (…) Tratou-se meramente de um número de propaganda de extrema-direita, promovida pelo Governo e o mais grave é que o Governo não esconde que instrui as forças de segurança para perseguir imigrantes”, disse.

Fabian Figueiredo acusou o Governo de ter “embarcado numa campanha de perseguição aos imigrantes” e de estar a “instrumentalizar as forças de segurança para fazer campanha eleitoral, para disputar apoio eleitoral à extrema-direita”.

O deputado do PCP António Filipe anunciou igualmente um requerimento para ouvir a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, “tendo em conta a forma que revestiu a operação policial” no Martim Moniz.

“Foi anunciado que o objetivo era contribuir para aumentar a segurança dos cidadãos e dar cumprimento a seis mandados judiciais. As imagens que chegaram dessa operação policial suscitam dúvidas quanto à sua adequação e proporcionalidade, sobretudo quando se diz que o objetivo é aumentar a segurança dos cidadãos”, disse.

Para o deputado do PCP, “fica-se com a sensação de que elas poderão também contribuir para criar algum alarme social que pode não se justificar”.

Já o Livre, pela voz de Rui Tavares, defendeu que “é muito importante que as autoridades policiais e a sua tutela política” esclareçam se estas operações têm “uma real razão de existir do ponto de vista da segurança ou se elas existem apenas para responder mediaticamente à extrema-direita”.

“Se for assim temos a autoridade do estado muito mal entregue“, criticou Rui Tavares. Para o deputado do Livre, “hoje é um dia em que a agenda do Governo e do PSD foi completamente determinada pela extrema-direita.

Na rede social X, a deputado do PS, Isabel Moreira, questiona Luís Montenegro “em que década do século 20 estamos”.

“Declarações indecorosas” e perigosas

O antigo presidente da Assembleia da República (2015-2022) Ferro Rodrigues afirmou-se chocado com o que observou da operação policial desta quinta-feira e com as “declarações indecorosas” proferidas pelo primeiro-ministro.

“Estou em estado de choque com o que se passou na Mouraria”, na quinta-feira, afirmou o ex-secretário-geral do PS (2002 e 2004), numa mensagem enviada à agência Lusa.

Ferro Rodrigues destacou em particular uma foto exibida “com dezenas de pessoas encostadas às paredes perante polícias armados, como se estivessem numa guerra”.

Em entrevista à SIC Notícias, o presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, António Vitorino, também discorda de de Luís Montenegro, referindo que este tipo de operações servem para combater o crime e não para criar a ideia de que há etnias ou grupos específico de pessoas envolvidas nestes casos.

“A presença policial, a existência de operações policiais que têm como objetivo perseguir criminosos faz todo o sentido numa sociedade democrática. A tentativa de criar a ideia de que essas ações policiais visam um determinado grupo, isso eu acho verdadeiramente errado e é perigoso (…) isso também não credibiliza as operações se segurança para a população”, sublinhou.

Esta foi a segunda operação deste tipo no Martim Moniz, zona lisboeta conhecida por acolher centenas de imigrantes, no espaços de um mês.

“Alguém tem de pedir desculpa a estas pessoas”

Já esta sexta-feira, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, onde foi feita a rusga pediu a demissão de Margarida Blasco.

“Aquilo que aconteceu ontem é típico de uma ditadura islâmica ou da América Latina. Julgo, como cidadão e autarca, que não há condições para a senhora ministra da Administração Interna continuar”, disse Miguel Coelho (PS), à Lusa.

Além disso, considerou o autarca, “os comandos da polícia têm de explicar porque é que fecharam uma rua inteira e encostaram pessoas à parede. Seriam capazes de fazer isto em Campo de Ourique, nas Avenidas Novas, no Lumiar?”.

Alguém tem de pedir desculpa a estas pessoas e, já que não vai lá o senhor Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa], vou lá eu.” A forma como a operação foi realizada, acrescentou, “cria uma perceção de que a insegurança e o perigo estão numa comunidade”.

Isto vai fomentar o ódio e o racismo e não vai resolver nada. Foi um show off inacreditável por parte dos comandos policiais”, sublinhou.

Miguel Coelho lamentou que “agora esteja na moda ter como alvo a população imigrante do subcontinente indiano”, algo que considera “errado”, porque “são pessoas pacíficas na sua maioria“.

“São pessoas que nos levam comida a casa. São pessoas que estão nos campos a colher a fruta que nós comemos. São pessoas que estão a fazer engordar as empresas todas, que são exploradas pelos empresários e são pessoas humildes. Não é por elas que tenho aqui alguma sensação de insegurança. Algumas trabalham na Junta, na higiene urbana”, concluiu.

ZAP // Lusa

20 Comments

  1. Este pais está cada vez pior. Está na moda, qualquer ação de policiamento virem logo carpir aqui del Rei que é Racismo e Xenofobia, vindo, claro está desta esquerda bafienta.
    Os portugueses são mortos lá fora e cá dentro e nunca ninguém se indigna. Não há passeios por Lisboa, batuques, microfones e musica enxovalhando quem não pensa igual.
    Agora, espantem-se, exige-se que o PR vá pedir desculpas, que vergonha de país!

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  2. Pois mas o facto persiste é que foi encontrado dinheiro, bastões, armas brancas é afins. Não e perseguir imigrantes… é fiscalizar. Agora tem é de ser igual para todos, não só imigrantes.

    No entanto as pessoas tem medo é dos imigrantes… pelo que fiscalizar não é criar alarme social, pelo contrario.

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  3. O que é inaceitável é a invasão de tantos imigrantes. O que é inaceitável é a abertura de tantos estabelecimentos / empresas de venda de porcaria, sem volume de negócios, com o único propósito de fomentar mais imigração. O que é inaceitável é a profusão de utentes do SNS não residentes, mesmo dos PALOP, que apenas cá vêm usufruir das nossas, melhores ou piores, condições de prestação de cuidados de saúde.

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  4. Enquanto o principal responsável anda na Europa a abanar o sininho, nós temos que levar com estes filmes.

    Chamem o grande fazedor Costa e o seu amigo anormal que acabou com o SEF e perguntem-lhes.

    O BE destila ódio e só vê fantasmas. Espero que acabe depressa.

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  5. É curioso que só se consigam ver aqui comentários com um bafo estranho a fascismo.
    Será que a moderação é apenas para impedir que as opiniões divergentes sejam silenciadas?!

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  6. Sou de esquerda e sempre votei esquerda , mas neste aspeto dou os meus parabéns á força usada pela Policia, deveriam fazer mais rusgas e quem não estiver legalizado deve ser expulso de Portugal

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  7. Basta ter a pele mais escura e roupas exóticas para se ser suspeito de violação da lei? Acaso foram revistados brancos com roupas europeias? Isto é uma vergonha e a ministra tem de se ir embora.

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  8. Claro, os mesmo que criaram este problema em Portugal vem agora defender os cotados que comentem ilegalidades no nosso pais. O BE, o PCP e o Livre deviam era ser erradicados da política ou pagar pelos estragos feitos à Cultura Portuguesa.
    Parabéns à Policia, parabéns ao PSD pela iniciativa, fiscalizar porque muita ilegalidade se pratica no Martim Moniz, alias basta dar uma voltinha e perceber exatamente o que passa em Lisboa. Ridículo os partidos que apoiam a ilegalidade deviam ser banidos.

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    • “estragos feitos à Cultura Portuguesa”

      A cultura portuguesa é o resultado da combinação das culturas celta, íbera, fenícia, romana, sueva, visigótica, judaica, berbere, com uns acrescentos mais recentes asiáticos, africanos e índios da América do Sul…Está-se mesmo a ver que a chegada a Portugal de indianos, paquistaneses, nepaleses, chineses, ucranianos, romenos, moldavos e israelitas vai desconjuntar completamente a nossa tão homogénea cultura, criada ao longo de séculos com tão diversas origens…

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  9. Então agora a nossa policia não pode fiscalizar os habitantes do nosso País ( Portugueses ou imigrantes)? Isso é racismo ou xenofobia? Então os Policias devem ficar sentados nas esquadras a jogar às cartas e a fumar e deixar os malfeitores/ladrões/bandidos/assassinos/criminosos/traficantes à sua vontade pelas ruas? O Sr. Fabien e toda a esquerdalha que vá para a Rússia, China, Coreia do Norte que lá não vai ver nada disto, só vai saber que uns caíram dum 5º andar, tiveram um ataque cardiaco na prisão ou morreram quando estavam a comer……e não são imigrantes, são apenas os que não concordam com o governo!

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  10. Indecoroso é ter pedófilos a mandarem bitaites sobre assuntos de segurança pública. A extrema esquerda toda junta não vale mais do que uma pequena fração dos Portugueses mas querem impor a sua agenda woke e ditatorialmente impor-nós a sua discutível opinião.
    Infelizmente as redações estão cheias destes pretores da superioridade amoral da esquerda. E dão voz até ao ferro Rodrigues,

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  11. A SIC e a CNN vão ter jornalistas em permanência na zona, o problema é os “dealers”, as “senhoras da noite”, os nossos amigos “carteiristas” e afins, estão a perder negócio.
    Acho que ouvi algo parecido com isto ontem na TV.
    Às vezes temos que chamar os gaijos das Caldas…vive lisbonne.

  12. Pessoalmente se for obrigado , a ser revistado por razão X , não me faz diferença nenhuma . Quem nada tem a esconder não tem de recear . já me aconteceu duas vezes assim que outros Clientes numa saída de Supermercado , e acabou com um pedido de desculpa por o incomodo causado !

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