O ex-dirigente da Frente Nacional Mário Machado vai sair em liberdade condicional na quarta-feira, mas horas depois ouve a sentença num outro processo em que é pedida a sua prisão preventiva, revelou hoje o advogado.
Em declarações à agência Lusa, José Manuel Castro classificou de “espantosa coincidência” o facto de Mário Machado poder sair em liberdade condicional, porque já cumpriu 5/6 de uma pena de 10 anos de prisão, e horas depois tenha que ouvir, em Lisboa, a sentença de um tribunal coletivo sobre uma alegada tentativa de extorsão, em que o Ministério Público pede a sua prisão preventiva.
José Manuel Castro admite que, com isto, se tente evitar que Mário Machado possa ficar em liberdade condicional, apesar de já ter cumprido uma longa pena de cadeia.
Apontado como fundador do grupo de extrema-direita Hammerskins Portugal, está atualmente preso na cadeia de Alcoentre e tem ordem para sair em liberdade condicional na manhã de quarta-feira.
Anteriormente, Mário Machado viu negado pelo Tribunal de Execução de Penas o pedido de liberdade condicional, mas chegou a beneficiar de saídas precárias antes de ser acusado de tentativa de extorsão, a partir da prisão, a um antigo cúmplice.
Mário Machado foi fundador e líder da Frente Nacional, movimento neo-nazi português criado em 2004 a partir de dissidências internas no seio do Partido Nacional Renovador, PNR. Foi condenado em 1997 a uma pena de quatro anos e três meses de prisão por envolvimento na morte de Alcino Monteiro, assassinado em 1995 no Bairro Alto.
A 17 de agosto de 2010, foi condenado em outro processo a sete anos e dois meses de prisão.
Em 2012, o Tribunal Criminal de Loures fixou em 10 anos o cúmulo jurídico das penas de prisão aplicadas a Mário Machado, tendo para o cúmulo sido consideradas condenações relacionadas com discriminação racial, coação agravada, posse ilegal de arma e ofensa à integridade física qualificada, entre outros ilícitos.
ZAP / Lusa