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Câmara de Lisboa cancela marcha “Pobre Pride” após chuva de críticas

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) resolveu cancelar a iniciativa que pretendia assinalar o Dia Internacional para Erradicação da Pobreza com uma marcha pela Avenida da Liberdade, uma espécie de “Pobre Pride” como dizem os críticos. 

Foi com espanto que algumas Juntas de Freguesia de Lisboa receberam a informação da CML de que seriam organizados um piquenique e uma marcha pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, para pessoas em situação de vulnerabilidade no próximo dia 17 de Outubro. O momento deveria assinalar o Dia Internacional para Erradicação da Pobreza, mas foi cancelado.

A iniciativa da autarquia proposta pela vereadora dos Direitos Humanos e Sociais, Laurinda Alves, vai ser reduzida a um “momento simbólico” na Rua Augusta, em Lisboa, como avança o Jornal de Notícias na sua edição impressa desta quinta-feira.

Esta informação é confirmada ao jornal pelo presidente da Impossible, a parceira da CML na iniciativa.

Vários presidentes de Juntas de Freguesia de Lisboa criticaram o evento. Um deles foi Miguel Coelho de Santa Maria Maior que escreve no seu perfil no Facebook, que “a pobreza não se combate com ”marchas e pique-niques”, mas sim com medidas concretas”.

“Se o Presidente Moedas em vez de se associar à insólita ”marcha dos pobrezinhos” dedicasse os cerca de 8 milhões de euros que a Câmara decidiu não receber do IRS – o que dará uma média de devolução a cada lisboeta de 12 euros por ano – a ajudar directamente os mais desfavorecidos, esses 8 milhões de euros dariam para 750.000 refeições durante todo o ano, o que corresponderia a 2050 refeições diárias”, acrescenta Miguel Coelho, concluindo que “isso sim, seria uma forma eficaz de combater a pobreza”.

Nas redes sociais, a realização do evento também foi muito criticada com algumas pessoas a considerarem que se trataria de uma espécie de “Pobre Pride” numa referência às paradas que têm sido feitos para assinalar as lutas pelos direitos homossexuais.

Susana Valente, ZAP //

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