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5 de Outubro. Marcelo lembra que Portugal tem dois milhões de pobres (e alguns mais em risco de pobreza)

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Rodrigo Antunes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República pediu hoje que se faça do 5 de Outubro uma data viva, com um Portugal mais inclusivo e que entre a tempo no “novo ciclo da criação de riqueza”, aproveitando os fundos europeus.

Marcelo Rebelo de Sousa discursava na cerimónia comemorativa do 111.º aniversário da Implantação da República, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Lisboa.

“Queremos um 5 de Outubro data viva, então criemos um Portugal mais inclusivo, até porque o Portugal que somos nunca vencerá os desafios da entrada a tempo no novo ciclo económico e da multiplicação do conhecimento com dois milhões de pobres e alguns mais em risco de pobreza”, declarou o chefe de Estado.

Depois, o Presidente da República apelou a que “Portugal por uma vez entre a tempo – isto é, nos primeiros, e não no meio e menos ainda nos últimos – num novo ciclo económico do clima, energia, digital, ciência, tecnologia e renovado tecido produtivo, e dispondo de meios de financiamento adicionais, a serem usados com rigor, eficácia e transparência”, referiu.

Marcelo Rebelo de Sousa advertiu que, “desta vez, falhar a entrada a tempo é perder, sem apelo nem agravo, uma oportunidade que pode não voltar mais”.

“Portugueses, este 5 de Outubro de 2021 terá mesmo sentido para todos nós se for uma data viva. Uma data viva quer dizer um Portugal inclusivo e, por isso, mais justo. Uma data viva quer dizer um Portugal capaz de não perder o novo ciclo da criação de riqueza – e porque mais rico mais inclusivo e mais justo”, afirmou o presidente.

“Uma data viva quer dizer um Portugal mais conhecedor, mais qualificado, mais culto – e por isso mais rico, mais inclusivo e mais justo”, reforçou, no final do seu discurso.

O Presidente da República acrescentou que, “superada a pandemia” de covid-19, Portugal tem “nos anos próximos uma ocasião única e irrepetível de reconstruir destinos, de refazer esperanças, de renovar sonhos”.

“A pensar em todos os portugueses, e desde logo nos que mais desesperam, e neles nos mais jovens, que são quem mais sofrem se essa ocasião passar ao nosso lado sem a assumirmos. Não a podemos perder. Não a vamos perder. Viva a República, viva Portugal”, concluiu.

Lisboa: “Toda a dignidade” na transição da presidência

O presidente eleito da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, realçou como “muito importante” o convite para estar presente na cerimónia do 05 de Outubro, destacando “toda a dignidade” na transição da presidência do município da capital.

É muito importante estar aqui, é importante, e é importante que as transições sejam feitas com toda esta dignidade que estamos a fazer entre o presidente da câmara e o presidente eleito, é importante para todos nós e para democracia”, afirmou o social-democrata Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas, à entrada para a cerimónia comemorativa do 111.º aniversário da Implantação da República.

Manuel de Almeida / Lusa

Carlos Moedas ouve o discurso do presidente em exercício da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, durante as comemorações do 5 de Outubro

A cerimónia aconteceu num momento de transição política na Câmara Municipal de Lisboa, que marca o fim de 14 anos de gestão socialista, primeiro com António Costa (2007-2015) e depois com Fernando Medina, que perdeu as eleições autárquicas de 26 de setembro para o social-democrata Carlos Moedas, que esteve na sessão solene a convite do presidente cessante.

Marcando presença como presidente eleito da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas disse que a comemoração do 5 de Outubro significa: “dar valor a um dia tão importante para Portugal, para a nossa história”.

“É assim que nós, realmente, reforçamos a nossa identidade, a falar da nossa história e a comemorar estes dias”, apontou o social-democrata.

No próximo ano, a cerimónia de comemoração já vai ser como Carlos Moedas como presidente da Câmara de Lisboa: “vão ter de esperar um ano, com muito gosto, mas hoje estou aqui como convidado e como presidente eleito”.

Já o presidente cessante da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, aproveitou o seu discurso na cerimónia para assinalar a presença de Carlos Moedas.

O sinal que Lisboa hoje dá, juntando nesta cerimónia oficial de comemoração do 5 de Outubro, na sua Câmara Municipal, o presidente cessante e o presidente eleito, reafirma a democracia e os seus princípios fundamentais, valorizando o que deve ser comum a todos os que a servem e que tem de estar acima das divergências políticas e dos estados de espírito pessoais”.

No final da cerimónia, nem Carlos Moedas nem Fernando Medina quiseram falar aos jornalistas.

ZAP // Lusa

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