Marcelo Rebelo de Sousa deu, esta terça-feira, uma entrevista à RTP na qual reconheceu que queria uma maior abrangência na primeira fase de vacinação. O candidato presidencial também disse acreditar que “quem viabilizou dois orçamentos, viabiliza mais dois” e recuou nas críticas a Eduardo Cabrita.
Em entrevista à RTP, Marcelo Rebelo de Sousa não criticou o plano de vacinação desenhado pelo Governo, mas afirmou que a generalidade dos idosos devia ter merecido mais atenção. O atual Presidente da República sugeriu que seria “mais generoso” com os mais velhos na primeira fase.
“A minha inclinação seria a de ser mais generoso nos idosos que entram na primeira etapa”, disse. Nesta primeira fase está prevista a vacinação de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas, utentes e trabalhadores de lares e profissionais de saúde e de serviços essenciais.
Sobre os aumentos salariais na TAP, o candidato presidencial falou na importância da “perceção” e do exemplo. “Apelaria a que houvesse bom-senso e não houvesse aumentos. É preciso que se dê o exemplo. Em política o que parece é. E a perceção é fundamental e deve fazer-se mais para que a perceção seja melhor.”
Esta terça-feira, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, clarificou que o aumento resulta de uma acumulação das funções anteriores com as novas.
Já em relação ao Orçamento do Estado, que o Presidente promulgou esta terça-feira, Marcelo assumiu que teria sido mais duro com o Governo se o contexto não abrangesse uma crise sanitária e económica. Ainda assim, afastou o cenário de chumbo em qualquer situação.
Na mesma entrevista, lançou uma farpa ao primeiro-ministro, António Costa: “A pobreza aumentou com a pandemia, as desigualdades aumentaram. Não vai bastar olhar para finanças do Estado e para recuperação económica. É preciso olhar para o tecido social”, avisou Marcelo.
“Quem viabiliza dois Orçamentos, viabiliza mais dois”
Marcelo Rebelo de Sousa voltou a afastar um cenário de crise política. “Acredito que há condições para que quem viabilizou dois Orçamentos, viabilize mais dois”, disse.
O Presidente da República afirmou ainda que “nunca” achou que o atual primeiro-ministro quisesse realmente criar uma crise política para provocar eleições antecipadas.
“No fundo, em nenhuma situação senti que [o primeiro-ministro] queria ir para eleições antecipadas. Há sempre a tentação… Mas o primeiro-ministro é muito institucional e sabe que avançar para eleições por iniciativa do próprio Governo é um risco enorme para o próprio Governo”, justificou.
No entanto, quando questionado sobre o que poderá acontecer se a esquerda não segurar o Governo até ao final da legislatura, em 2023, Marcelo não hesitou em dar uma resposta.
“Se porventura isso vier a acontecer, naturalmente o Presidente da República eleito no dia 24 de janeiro, supondo que sou eu, terei naturalmente de aplicar a teoria que defini na minha primeira candidatura: Há uma solução de Governo com a mesma composição parlamentar? Se sim, vamos formá-lo; não há, então há que ponderar a dissolução.”
Sobre as críticas da direita ao seu mandato, Marcelo ancorou-se ao facto de ter vetado mais diplomas nos primeiros cinco anos em funções do que os seus três antecessores.
“Eu estive sempre com os portugueses, não estive com o Governo, e os portugueses perceberam-me sempre e mantiveram sempre um juízo estável sobre o que estava a fazer”, disse, acrescentando não ter sido um Presidente de “fação”.
“Uma vez não gostam os socialistas, outras não gostam os sociais-democratas, é a vida.”
Marcelo recua nas críticas a Cabrita
Em entrevista à TVI, no dia 21 de dezembro, Marcelo Rebelo de Sousa teceu duras críticas a Marta Temido e Eduardo Cabrita, sugerindo que a ministra da Saúde tinha enganado os portugueses a propósito do acesso à vacina para a gripe e que o ministro da Administração Interna não tinha condições para ficar no cargo.
Na entrevista mais recente, o Presidente recuou. Se no caso da ministra da Saúde fintou a questão, sobre Eduardo Cabrita foi tenaz: não só o defendeu, afirmando que “em matéria de fogos foi irrepreensível“, como fez questão de esclarecer que nunca quis visar diretamente o ministro no caso da morte do cidadão ucraniano às mãos do SEF.
Marcelo tinha dito que “valia a pena pensar se quem, no plano da administração pública, exercia funções que tinham conduzido a certo resultado seria indicada para a mudança”, mas esta terça-feira disse, afinal, que a frase “não se aplica ao ministro”, mas sim aos dirigentes que estão à frente daquele serviço.
Sobre o caso SEF, Marcelo anunciou que vai, a convite do Presidente ucraniano, dirigir uma mensagem de Ano Novo a todos os cidadãos daquele país. “O Presidente da Ucrânia, com quem vou falar esta quarta-feira, quer que eu envie uma mensagem de feliz Ano Novo para a Ucrânia, que eu vou gravar quarta ou quinta.”
Daqui a pouco quem elege geringonça para dois mandatos, elege por mais dois… E já nem precisa de haver eleições… Portugal e Venezuela, países gêmeos…
Marcelo, mostrou realmente quem é. Trabalhou e trabalha para o povinho, que lhe dá os votos. Um bom trabalho de populismo. Uma outra coisa, tem a ver com as vacinas. Sendo estas tão eficazes, como as apregoam, temos visto vários medrosos a levar a vacina, mas, ainda nenhum politico, nomeadamente a ministra da saúde, presidente da R., Costa, a Directora Graça Freitas, o dito especialista Jorge…..(ex. da D.G. da Saúde) os virologistas que vêm à televisão botar faladuras, rui Rio e tantos outros, os vimos levar a vacina, para dar o exp. de eficácia. Pessoalmente, só levarei a vacina, quando o estado me assinar uma declaração, em como se responsabiliza, por todas as consequências físicas ou outros problemas de saúde, que a vacina me vier causar. Quando, uma vacina, após a sua Dupla aplicação, obriga a continuar a manter o uso da máscara, distanciamento social e o resto, digam-me quem souber, qual então a proteção dessa vacina? Estamos a ser todos burlados.
Bem observado! A conversa mole do selfies, não deixa dúvidas do grande treteiro que é. Se fosse eu… as primeiras vacinas era para os velhinhos. Mas espantosamente, não quer levar com a vacina?!… Não assume as criticas que fez à Temido e ao Cabrita, e quando diz que esteve sempre com os portugueses, quais? Com o amigo Ricardo Salgado? Porque sobre os sem abrigo, que tanto empenho parecia ter no início do mandato, esfumou-se.