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Manso Neto tenta evitar que 3 mil emails seus entrem no processo que envolve Manuel Pinho

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Tiago Petinga / Lusa

O presidente da EDP, António Mexia. Ao lado, o Vogal do Conselho de Administração Executivo, João Manso Neto

A defesa de João Manso Neto quer impedir o Ministério Público (MP) de usar 3.277 emails seus como prova no processo no qual é arguido, juntamente com António Mexia, por suspeitas de corrupção que envolvem o antigo ministro Manuel Pinho.

O Expresso avança que o requerimento foi entregue a 24 de agosto e ainda não teve resposta do juiz Carlos Alexandre. Em causa está um acerco de emails abertos numa diligência do processo ocorrida a 14 de agosto, a partir das cópias feitas dos computadores alvo de buscas em junho de 2017.

“Com todo o devido respeito, não é para o requerente [João Manso Neto] curial – apelando a um padrão de homem médio e às regras da experiência, já para não falar do seu conhecimento direto – que de um total de 3.277 mensagens de correio eletrónico 3277 mensagens sejam, realmente, relevantes para a prova destes autos“, lê-se no requerimento, a que o matutino teve acesso.

Os advogados de Manso Neto apresentaram seis emails exemplificativos de que diversas mensagens de correio eletrónico não terão qualquer relevo para provar as suspeitas dos procuradores.

Manso Neto e Mexia estão indiciados por crimes de corrupção envolvendo o antigo ministro da Economia Manuel Pinho e, mais recentemente, o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade (2012-2015).

A defesa do gestor, agora suspenso de funções na EDP, contesta a junção aos autos de “centenas ou talvez milhares de mensagens de correio eletrónico que manifestamente são totalmente irrelevantes para a investigação em curso”, alegando que a sua inclusão no processo “potencia um elevado risco de lesão da esfera privada do requerente”.

Os advogados alegam também que a aceitação desses 3.277 emails como prova no processo “ameaça os relevantíssimos interesses da empresa cuja administração executiva também cabe ao requerente, na medida em que se deixa em aberto inúmeras informações comercialmente sigilosas”.

ZAP //

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