A polícia de Hong Kong deteve, este domingo, onze pessoas e apreendeu várias armas, incluindo uma pistola, pouco antes do início de uma manifestação convocada para a cidade, para a qual se espera uma forte adesão.
Esta deverá ser a manifestação com mais adesão desde a vitória do movimento pró-democrático, nas últimas eleições distritais. Segundo o Expresso, esta é a primeira vez desde 18 de agosto que um evento organizado pela Frente Civil para os Direitos Humanos recebeu luz verde do Governo.
Numa entrevista coletiva na televisão, o superintendente do departamento de combate ao crime organizado, Li Kwai-wah, explicou, citado pela agência EFE, que a intenção dos detidos “era usar a pistola para criar o caos” durante o protesto deste domingo.
E isso podia incluir “disparar contra os nossos agentes ou responsabilizá-los por atos contra cidadãos inocentes”, afirmou o superintendente.
É a primeira vez que uma arma de fogo é apreendida nos seis meses de protestos na cidade. Além da pistola semiautomática de nove milímetros, a polícia também apreendeu 105 balas, facas, sabres, cassetetes, gás pimenta e petardos.
O superintendente informou que os detidos são oito homens e três mulheres, entre os 20 e os 63 anos, e que todos fazem parte de um grupo com ligações a um outro, procurado pelo lançamento de cocktails molotov contra a esquadra policial do distrito de Mong Kok, a 20 de outubro.
Na segunda-feira, passam seis meses desde o primeiro protesto em Hong Kong contra o projeto de extradição para a China e outros países.
Na origem dos protestos anti-governamentais está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong, mas os manifestantes têm outras exigências como a demissão da chefe do Executivo e do Governo da RAE [Região Administrativa Especial).
A antiga colónia britânica passou a ser uma região administrativa especial chinesa a 1 de julho de 1997.
ZAP // Lusa