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Manifestação histórica: 15 mil da PSP e GNR na rua. Governo tem dossiê que lhes dá mais dinheiro

José Sena Goulão / Lusa

As forças da PSP e da GNR marcharam em direção ao Parlamento, em Lisboa, esta quarta-feira

A frase “polícia unida jamais será vencida” ouviu-se em frente à Assembleia da República, entoada por 15 mil elementos da PSP e da GNR esta quarta-feira. Governo já tem estudo pronto para aumentar salários das forças de segurança.

Cerca de 15 mil elementos da PSP e da GNR participaram esta quarta-feira na manifestação, em Lisboa, convocada pela plataforma de sindicatos policiais, disse à Lusa fonte da estrutura, que considerou o protesto de histórico.

Depois de uma marcha ordeira quase sem bandeiras e palavras de ordem, os manifestantes cantaram três vezes o hino nacional em frente à Assembleia da República e entoaram a frase “polícia unida já mais será vencida”.

A primeira vez que foi cantado o hino os oito polícias que estão de guarda à escadaria do parlamento viraram-se para a porta principal da Assembleia da República, um gesto que tinha sido pedido nas redes sociais. Noutra das vezes em que foi cantado o hino os elementos das forças de segurança acenderam as luzes dos telemóveis.

Governo tem estudo para aumentar salários

Os polícias da PSP e os militares da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária e o Ministério da Administração Interna já tem pronto um dossiê que prevê tais aumentos, avança o Expresso esta quinta-feira.

O estudo em questão será entregue ao próximo governo que sair das eleições de 10 de março. A ideia é que a PSP receba mais 594 euros e a GNR mais 806 euros, mais os suplementos em vigor atualmente.

Assim, o subsídio deverá chegar aos 882 euros para os oficiais e 621 euros para agentes e chefes, militares e sargentos, avança o matutino.

A medida, que terá um custo de 154 milhões de euros e fará distinção entre quem trabalha no terreno, mais arriscado, e que tem trabalho mais burocrático, não convence os sindicatos: “os polícias vão recusar esse estudo do MAI”, diz Bruno Pereira, que lidera a plataforma que organizou a marcha desta quarta-feira à noite, citado pelo Expresso.

A contestação dos elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP), juntamente com os militares da Guarda Nacional Republicana (GNR), começou no dia 7 deste mês, após o Governo ter aprovado, em novembro, o pagamento de um suplemento de missão exclusivamente para as carreiras da Polícia Judiciária (PJ) de quase 700 euros por mês.

Os elementos da PSP e da GNR queixam-se de um “tratamento desigual e discriminatório”, por parte do Ministério da Administração Interna.

Como detalha o jornal Público, na edição desta quarta-feira, no caso do diretor nacional da PJ, o aumento chega aos 725 euros mensais.

Os protestos começaram por iniciativa de um agente da PSP em frente à Assembleia da República, em Lisboa, e estão a mobilizar cada vez mais elementos da PSP e GNR em todo país, sendo as iniciativas organizadas através de redes sociais, como Facebook e Telegram.

ZAP // Lusa

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