Mais Habitação, como foi apresentado, “está morto”

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António Cotrim / Lusa

O conselheiro de Estado e antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes

Luís Marques Mendes defende que, caso o Governo opte por manter a medida respeitante ao arrendamento coercivo no programa, todas as outras serão contaminadas.

Para além de ter desvendado alguns detalhes relacionados com a medida do cabaz alimentar com zero IVA, Luís Marques Mendes dedicou algum tempo da sua intervenção semanal na SIC para analisar o Mais Habitação, o pacote anunciado pelo Governo e que considera “morto”.

Segundo o comentador, as reações às medidas, por parte de autarcas, partidos de oposição e até do antigo Presidente da República, Cavaco Silva, já tinham deixado o programa numa situação vulnerável, mas críticas feitas por Marcelo Rebelo de Sousa acabaram por ser a estocada final.

“Quando Marcelo Rebelo de Sousa diz que é uma lei-cartaz, como quem diz, é uma lei para inglês ver, é uma certidão de morte [ao programa] naquilo que são as medidas mais polémicas”.

Na visão de Luís Marques Mendes, caso o Governo insista nas medidas poderá estar a dar três tiros no pé. O primeiro, visa a relação com o Presidente da República, já que um avanço pode ser visto como uma afronta e o início de um conflito institucional. Em segundo lugar, será um trunfo impossível de recusar para a oposição, o qual será usado até às eleições europeias. Finalmente, arrisca-se a perder eleitorado para o centro e centro-esquerda.

Como tal, entende que a próxima semana será decisiva. E, no que respeita às medidas, a sensação é de que o governo vai recuar. Por um lado, no alojamento local, quaisquer perturbações ao setor podem ser desastrosas para a economia e para o turismo, setor que tanto tem contribuído para o país.

Já sobre o arrendamento coercivo, o comentador considera que não se trata de uma “medida séria“, para além de ser “radical e inaplicável”. “O Governo aprova-a, mas remete para os Municípios a ‘batata quente‘ de a aplicar. O que não vai suceder. Isto não é sério. Resultado final: a medida só serve parar gerar polémica e para mais litigância nos Tribunais”.

Para o comentador, caso o Governo opte por manter a medida no programa, todas as outras serão contaminadas.

ZAP //

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8 Comments

  1. Os pobres e os conscienciosos, os que não conseguiram comprar casa a preços exorbitantes ou que optaram por não o fazer porque sabiam que estávamos (e estamos…) perante uma bolha especulativa e as taxas de juro iriam inevitavelmente subir, vão agora ter de pagar as casas dos ricos, dos irresponsáveis e daqueles que quiseram dar um passo maior que a perna, continuando eles próprios sem qualquer apoio.
    Na Venezuela não faziam pior…

    • E os responsáveis que compraram e pagaram as suas casas, têm agora de pagar as rendas daqueles que preferiram não comprar casa para ter um mercedes à porta.

      • Pode esclarecer-nos se:
        – concorda com o apoio nas duas situações;
        – não concorda com com o apoio em nenhuma das duas situações,;
        – concorda com o apoio numa situação, a mas não na outra (assumindo que a sua posição corresponde a este último caso, em que situação concorda e em que situação não concorda?).

        • Eu concordo com a ideia que este governo é composto de incompetentes que já deviam ter ido para a rua há muito. É tudo mau demais para ser verdade. Ainda hoje a redução do IVA de 6% para 0% só pode ser para rir.
          Menos Estado, melhor Estado é isso que Portugal precisa. É com isso que eu concordo.

  2. Daqueles que preferiram não comprar casa para ter um mercedes à porta?! Esses devem ser aos milhões, tal é a importância que lhes dá….
    Em parte, é por haver decisões baseadas em delírios como o seu que estamos como estamos.
    De resto, parece-me que está a querer justificar um erro com outro erro. Fará isso sentido?…

    • Não são delírios. São dados oficiais. O amigo não sabe porque deve ler pouco e informar-se mal. As famílias estão totalmente endividadas. A verdade é que a maioria das famílias vive muito acima das suas possibilidades. Não sou eu que o digo. São as estatísticas oficiais. O crédito é imenso. É para as férias, para o popó elétrico, jantar fora todos os dias, férias no estrangeiro todos os anos, várias escapadinhas na Europa ao longo do ano… Não tenho nada contra. Cada um faz o que quer. Não me venham depois é pedir para financiar essa gente. Trabalhassem mais e poupassem mais. Fossem responsáveis.

      • Pois, mas então estamos de acordo. Uns portugueses não devem ser chamados a pagar a compra de outros portugueses, daqueles que deram um passo maior que a perna, seja por vaidade, seja por irresponsabilidade.
        O governo devia era criar condições para que o custo de vida fosse mais baixo para todos, e devia promover a economia, cujo principal impulsionador é e será sempre a iniciativa privada.
        Se o governo quer dar apoios, que seja para todos. Não faz é qualquer sentido premiar a asneira e pôr uns a pagar as compras dos outros.

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