O concurso de professores de 2016 colocou 7.306 docentes nas escolas em contratação inicial e mobilidade interna, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Ministério da Educação (ME).
De acordo com o comunicado hoje divulgado pelo ME, os 7.306 professores colocados neste concurso representam um acréscimo de cerca de 500 docentes em comparação com o ano anterior.
“No ano passado foram contratados 3.782 professores em contratação inicial e 3.030 em Bolsa de Contratação de Escolas (BCE), procedimento que correu após a contratação inicial. Isto significa que, nesta fase, estão colocados mais 3.524 professores contratados do que no mesmo momento do ano anterior – ou seja, no penúltimo dia útil do mês de agosto”, refere o comunicado da tutela.
A contratação inicial acontece todos os anos no final de agosto para preencher os horários indicados pelas escolas e que correspondem a necessidades transitórias. Já o concurso de mobilidade interna permite aos professores dos quadros mudar de escola ou agrupamento com o objetivo de se aproximarem da sua residência, por exemplo.
A tutela afirma ainda que, no que diz respeito a horários completos, “todos os horários solicitados pelas escolas foram já preenchidos pelos professores colocados nesta fase, de acordo com as preferências manifestadas pelos mesmos”, e que estão “reunidas todas as condições para um regular início do ano letivo”.
Quase 30 mil não tiveram colocação
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) defendeu ainda esta terça-feira que os mais de sete mil professores colocados nas escolas não respondem “às necessidades permanentes” dos estabelecimentos e que é necessário reorganizar os quadros.
“Realizando-se, em 2017, concurso interno e externo para preenchimento de lugares de quadro nas escolas, a Fenprof considera como inevitável aquela adequação, o que deverá permitir a abertura de milhares de lugares e a correspondente entrada nos quadros de docentes que há muitos anos se mantêm em situação de precariedade”, lê-se num comunicado em reação aos resultados do concurso de professores.
No documento, a Fenprof afirma que a divulgação dos resultados do concurso representa um atraso “em relação ao que seria necessário às escolas e justo para os professores”.
Defende também que a colocação de mais de três mil professores neste momento, que no ano anterior só foram colocados mais tarde, através da Bolsa de Contratação de Escola (BCE), confirma que este concurso já extinto não deve ser retomado e que a lista nacional de ordenação segundo a graduação profissional deve ser o método de colocação de professores nas escolas.
“Um problema que, contudo, não consegue ser disfarçado é o do elevadíssimo número de docentes que ficarão no desemprego e que, dentro de dois dias, terão de se apresentar nos centros de emprego. São quase 30 mil os que não obtiveram colocação (pois o número de candidatos à contratação era de 36.103)”, refere o comunicado da Fenprof.
A Fenprof critica também o facto de as informações divulgadas pelo Ministério da Educação (ME) não fazerem qualquer referência ao número de professores com horário-zero, ou seja, sem turmas atribuídas.
Em resposta à agência Lusa, o ME indicou, no entanto, que estão ainda por preencher cerca de 150 horários inferiores a oito horas, os quais serão ocupados em contratação de escola.
ZAP / Lusa