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Maior hospital do país falha 50 regras da DGS para prevenção da covid-19

Giuseppe Lami / EPA

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o maior do país, falha 50 regras da DGS para prevenção da covid-19, incluindo risco de contaminação nos cuidados intensivos.

Uma fiscalização da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, feita em agosto de 2020, encontrou mais de meia centena de incumprimentos de normas e orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) para prevenção da covid-19.

Desde então, foi feita uma série de mudanças, mas mesmo assim ainda restam cerca de 50 falhas, escreve a TSF.

“O Hospital de Santa Maria padece de constrangimentos suscetíveis de afetarem os direitos e interesses legítimos dos utentes sob sua responsabilidade, em especial o direito à prestação de cuidados de saúde adequados, de qualidade e com segurança, evidenciando-se a preterição de procedimentos definidos pela DGS em matéria de prevenção, controlo e vigilância da infeção pelo vírus SARS-CoV-2”, lê-se no documento de 134 páginas com recomendações da ERS.

Após receber oito reclamações de pacientes, a ERS foi ao Hospital de Santa Maria e identificou 56 “não-conformidades” com as regras da DGS, entre as quais em serviços de urgência, internamentos de adultos com covid, cuidados intensivos, bloco operatório e gestão de resíduos hospitalares.

A ERS realçou que os quartos para doentes com covid-19 “não dispunham de adufa, […] promovendo a eventual difusão da carga viral, em vez de operar no sentido de a conter”.

Foram ainda identificadas falhas de “sinalética adequada para orientação dos utentes e colaboradores” nomeadamente no que diz respeito a “circuitos e áreas reservadas a doentes suspeitos/confirmados com covid-19”. Os avisos encontravam-se “danificados ou espalhados pelo chão”.

Na urgência de obstetrícia verificou-se também o cruzamento de circuitos de doentes não suspeitas e suspeitas.

Nota ainda para casos de falta de distanciamento nas zonas de espera e nas camas de internamento, assim como uma gestão de resíduos deficiente, com contentores que não se mostravam identificados e alguns sem tampa ou com tampa aberta.

Em reação, a administração do centro hospitalar recorda que, num curto espaço de tempo, passou de 100 para cerca de 300 camas e de uma para oito unidades de cuidados intensivos — “nem sempre em conformidade com todos os requisitos”.

ZAP //

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