André Silva, o único deputado do PAN na Assembleia da República, está certo do que quer para estas eleições legislativas, mas não sabe (ou não quer) apontar qual foi “o maior erro político de Costa”, deixando até elogios ao Governo socialista.
A expectativa do PAN para estas eleições legislativas passa por aumentar o número de deputados no Parlamento, numa expectativa de poder vir a ser o “fiel da balança” numa eventual solução governativa pós-geringonça.
Numa entrevista ao Expresso, André Silva continua a deixar claro que “o PAN estará disponível para conversar e para se sentar à mesa” com o PS, depois das eleições legislativas, caso os socialistas não consigam a maioria absoluta.
“Um partido sem 116 deputados que queira governar sozinho terá um caminho muito mais pedregoso e com mais instabilidade, numa altura em que se adivinham períodos de abrandamento económico”, avisa André Silva, colocando o PAN como eventual parceiro de um possível futuro Governo socialista.
Mas o PAN só admite fazê-lo “mediante condições”. “Não é possível apoiar um Governo em troca de meia dúzia de medidas simbólicas”, diz. “Sem uma mudança de estratégia na área do Ambiente, não haverá condições para que o PAN possa fazer um plano de convergência com o partido que diz pretender a neutralidade carbónica”, acrescenta.
Um discurso sem hesitações que só titubeia na hora de apontar “o maior erro político de Costa”. “Não sei, vou pensar numa resposta”, é o que diz André Silva ao Expresso. Apesar da insistência do jornalista, o deputado do PAN frisa que não lhe vem “nenhum momento em particular à cabeça”. “Não queria atirar um só por atirar”, nota ainda.
Na entrevista, André Silva também evita críticas ao PS e até reconhece “a importância deste Governo na reposição de rendimentos e do virar de página” no pós-troika.
Definindo Mário Centeno, o ministro das Finanças, como “competente”, o deputado do PAN fala de Catarina Martins como “combativa”, “astuta” e “lutadora” e diz que Jerónimo de Sousa é “sereno, maduro, coerente, honesto”.
Quanto a Rui Rio é “honesto” e “teimoso”, constata, elogiando Marcelo Rebelo de Sousa por estar “a exercer o cargo de forma construtiva” e por ser “um pilar fundamental na estabilidade governativa”.