As mães portuguesas de dez crianças que terão sido roubadas à família de um lar ilegal financiado pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e adotadas por bispos e pastores da igreja ponderam lutar na justiça pela reposição da verdade.
Segundo o Diário de Notícias, apesar de os crimes já terem prescrito, as mães a quem os filhos terão sido alegadamente roubados equacionam a possibilidade de processar o Estado numa ação conjunta.
Quem o avança é Alexandra Borges, uma das autoras da reportagem – em conjunto com Judite França – que disse que a verdade, no entanto, não prescreve nunca: “As mães estão a equacionar a possibilidade de processar o Estado português numa ação conjunta. Mas não pensam avançar com uma ação contra a IURD porque consideram que iriam reclamar dinheiro sujo”.
No entanto, segundo um magistrado da área de Família e Menores, esta é uma ação cível que pode durar três anos, aumentando para cinco se o processo implicar factos criminais. Por essa razão, acredita o magistrado, o inquérito aberto esta semana pelo MP deverá resultar em arquivamento.
Apesar disso, a mesma fonte judicial lembra que “na década de 90, em que se foca a investigação da TVI, ainda não existiam processos de promoção e proteção de menor. Se houvesse fundamentos para a retirada de uma criança aos pais biológicos o menor era institucionalizado e bastava ser atestado o desinteresse ou abandono dos pais para que o Ministério Público ou a Segurança Social fizessem uma proposta de aplicação de medida de confiança para adoção. O processo corria à revelia dos pais biológicos”.
Alexandra Borges adianta, porém, que as mães das dez crianças se encontram “resguardadas e algumas têm apoio familiar“. No entanto, a jornalista revelou preocupação com “Maria, a mãe da Vera, do Luís e do Fábio”.
Os dois primeiros terão sido adotados pela filha de Edir Macedo, o fundador da IURD. A terceira criança, Fábio, foi adotada por um outro membro da igreja. Os três irmãos tinham 3 anos, dois anos e nove meses, respetivamente, quando foram levados do lar.
Alexandra Borges aponta o desapontamento de Maria ao saber que, depois das revelações TVI, os filhos não quiseram falar com ela e, pelo contrário, fizeram um vídeo no qual garantiam ter sido “adotados de forma legal por uma família americana e vivemos até aos nossos 20 anos com esta família nos Estados Unidos”.
“A IURD levou as minhas netas”
Outro caso revelado nesta investigação é o de Maria Odete Rocha, que não esquece as netas.
Segundo o Correio da Manhã, as gémeas Cristela e Daniela Reis terão sido retiradas à mãe, por falta de condições. O pai das meninas, militar em Angola, terá então pedido à sua mãe que as fosse buscar a Portugal. No entanto, nada correu como o esperado.
“Fizeram-me alugar uma casa, montei um quarto para elas, o tribunal deu-me a guarda das crianças e mesmo assim não me entregaram as minhas netas”, desabafa, lembrando que, na altura, as netas já teriam sido adotadas por um casal,
Maria Odete levou a cabo, depois disso, uma luta judicial que durou mais de três anos. O Tribunal de Menores de Lisboa deu-lhe a guarda e a Relação de Lisboa confirmou a decisão em 2000. Mas as crianças nunca foram confiadas à guarda e cuidados da avó paterna.
Já com poucos recursos financeiros, a avó viu-se obrigada a regressar a Luanda, razão pela qual o Supremo acabou por lhe retirar a guarda das crianças.
Agora, a luta de Maria Odete é outra: “Não quero tirá-las da família. Já são maiores. Só quero saber que estão bem. Fui eu que as registei. Cristela Daniela e Daniela Cristela, hoje com 21 anos. NA miha cabeça uma chama-se Cris e a outra Dani. Não quero morrer sem as ver”, conclui a reformada de 70 anos.
E têm todo o direito de processar o Estado.
A Segurança Social cometeu um crime ao entregar ilegalmente as crianças à IURD.
O facto do crime está prescrito não invalida a reparação dos lesados.
paga do teu bolso que o estado és tú.
Ora essa – paga tu!!
Se querem alguma indemnização que vão pedir à IURD que foi a quem entregaram as crianças!…
A SS e o tribunal foram enganados pela IURD com a ajuda (voluntária ou não) da mães, portanto…
Essa notícia passou ao de leve na TV…é como o tony das camionetes que pagou para se calarem as noticias dos plagios, estes devem ter pago bem para não mais se ouvir falar nisso. A noticia do mês são as raríssimas.
Também têm surgido várias noticias (até no 6/nove) de casos de adopção suspeitos com a conivência da SS e nunca ou pouco são comentadas (parecidos a este).
Mas como dizia a outra – não há corrupção em Portugal –
Vai lá vai até a barraca abana.